São Paulo, domingo, 9 de maio de 1999

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Painel S/A

Governo se complica

O Planalto tinha um Plano B: Malan (Fazenda) iria à CPI dos Bancos como último recurso, depois que a oposição esgotasse toda a sua munição, para dar o tiro final. Estratégia que pode ficar comprometida se ficar comprovado que o ministro sabia da operação Marka-FonteCindam, como crê a Polícia Federal.


Bobeira esperta

No Congresso, começou uma investigação sobre o dia 29 de janeiro, aquela sexta na qual o mercado fez o Banco Central de "bobo" e jogou o dólar a R$ 2,15.


Guarda provisória

O lugar de Alexandre Kafka no FMI continua vago. O ex-secretário do Tesouro Murilo Portugal é formalmente um diretor substituto. Apenas esquenta a cadeira para outra pessoa. Alguém como Malan (Fazenda).



Artilharia inteligente

Desde que propôs a CPI dos Bancos, Jader Barbalho perdeu o superintendente do Ibama no Pará e agora pode ficar sem a Sudam. O paraense não passa recibo, mas não é porque ache que esteja sendo alvejado por mísseis desgovernados da Otan.


Encontro marcado

O teste da "pax tucana" entre PMDB, PFL e PSDB será a megaoperação de venda de títulos da dívida externa feita pelo Banespa. É assunto certo para uma das próximas reuniões administrativas da CPI dos Bancos.


Missão impossível

Teve tucano que se recusou a participar da operação abafa montada na casa de Sérgio Machado (PSDB-CE) antes do depoimento de Mercadante na CPI dos Bancos. Justificativa: seria o mesmo que tentar colocar a pasta de dente de volta no tubo.


Efeito Chico Lopes

Convocado há duas semanas pela CPI da Telefônica na Assembléia de SP, o presidente da empresa, Fernando Xavier Ferreira, ainda não respondeu ao requerimento. O depoimento está marcado para quinta-feira. A CPI investiga razões da queda na qualidade do serviço.

Referência tucana

Em resposta ao "lançamento" da candidatura de ACM ao Planalto em 2002, o PSDB articula palestra de Covas na sexta, em Brasília, um dia antes da convenção do partido. A idéia é dar o recado de que os tucanos não fazem a menor questão de repetir a aliança presidencial com o PFL.


Turma da pesada

Políticos que estão ameaçados de quebra de sigilo telefônico ameaçam dar o troco no governo. A PF fez o pedido à Justiça para tentar levar adiante a investigação sobre a autoria do dossiê Caribe -suposta conta secreta da cúpula tucana no exterior.


Brasil que vai pra frente

O caput da emenda de Konder Reis (PFL-SC) à proposta de emenda que limita o uso de MPs é quase idêntico ao do artigo 55 da Constituição de 69, do regime militar. Mas traz medida provisória no lugar de decreto-lei.

Fartos da cúpula

Do segundo escalão para baixo, os funcionários de carreira do Banco Central aplaudem a CPI dos Bancos. Dizem que o BC vai sair melhor dela.

Impunidade federal

Destino dos três acusados da morte, há um ano, do prefeito de Acaraú (CE), João Ferreira Gomes: o vice Amadeu Ferreira Gomes foi condenado, o deputado estadual Manuel Duca está sendo processado e o deputado federal Aníbal Ferreira Gomes goza da imunidade parlamentar.

Dando bandeira

Clóvis Carvalho (Casa Civil) era o ministro mais sorridente e simpático entre os convidados para o jantar de Pedro Piva (PSDB-SP), quarta passada. Comentário de um presente: "É uma prova de que está fraco".

Assunto incômodo

Governadores nordestinos articulam reunião própria, depois que foi transferido pela segunda vez encontro com FHC. Tema: compensação aos Estados.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO

De Aloizio Mercadante (PT-SP), sobre José Jorge (PFL-PE) ter criticado o depoimento do deputado à CPI dos Bancos, dizendo que ele esvaziou o "assunto Banco Central-Marka":
- A CPI tem de ir além dos casos Marka e FonteCidam. Precisa investigar esse padrão Bill Clinton de comportamento entre o Banco Central e o sistema financeiro, marcado por relações impróprias.

CONTRAPONTO
Ilustre desconhecido

Os peemedebistas Michel Temer (SP), Geddel Lima (BA) e Henrique Alves (RN) foram recentemente a um casamento em Ribeirão Preto (SP). Na igreja, o "chefe do cerimonial" pediu que os padrinhos fizessem fila:
- Baixinhos por último - disse para Geddel, que não gostou de ir para o fim da fila.
Na festa, um assessor do ex-deputado Wagner Rossi aludiu aos quilos a mais de Geddel:
- Líder, o sr. fica ótimo de perfil na TV. Mas nunca apareça de frente. Fica um horror!!!
Geddel quis bater no assessor.
Depois, um admirador de Temer, pensando que Geddel assessorava o presidente da Câmara, pegou o líder pelo paletó e enfiou "planos" em seu bolso.
Na saída, um correligionário ofereceu um troféu a Temer.
- Dê ao meu assessor - disse Temer, apontando para Geddel.
O líder do PMDB vinha logo atrás e quase caiu quando o troféu foi literalmente jogado em seu peito.




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