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INVESTIGAÇÃO
Segundo delegados do caso, versão de Ingrid e Paulo é necessária para esclarecer contradição no inquérito
Filhos de PC Farias depõem terça-feira
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
Os dois filhos do empresário
Paulo César Farias, Ingrid, 19, e
Paulo, 17, irão depor na próxima
terça-feira no inquérito reaberto
para investigar as mortes de PC e
da namorada dele, Suzana Marcolino, ocorridas no dia 23 de junho
de 1996.
O depoimento será dado aos delegados Antônio Carlos de Azevedo Lessa e Alcides Andrade, que
presidem as novas investigações.
Segundo os delegados, os depoimentos são necessários para esclarecer a única contradição apresentada nos relatos dos funcionários
de PC no inquérito.
O sargento Rinaldo Lima, segurança de PC assassinado na Sexta-Feira da Paixão, foi o único a afirmar que o empresário ficou das
12h às 14h30, na véspera do crime,
conversando com o decorador Gilson Silva. Os demais funcionários
afirmaram que PC caminhou com
os filhos no mesmo horário.
Os depoimentos também serão
uma oportunidade para saber o
que pensam os filhos do empresário sobre a "guerra de versões" que
envolve a morte do pai.
Quase três anos após as mortes,
Ingrid e Paulo ainda não convivem
bem com o assunto. Eles voltaram
a se isolar com a reabertura do caso, provocada por contradições
sobre a altura de Suzana. Saem menos à noite e já não são vistos com a
mesma frequência em shows de
pagode.
"Os meninos (Paulo e Ingrid)
evitam de todas as formas falar sobre a morte do pai. É um trauma
para eles a morte do pai, que se deu
logo após a da mãe (Elma Farias)",
afirmou o primo de PC e porta-voz
da família Gabriel Mousinho.
Mousinho é editor do jornal da
família, "Tribuna de Alagoas", onde Ingrid e Paulo estão fazendo estágio, dando os primeiros passos
para assumir os negócios da família, em substituição ao tutor dos
dois, o tio e deputado federal Augusto Farias (PPB-AL).
Os dois têm ficado entre quatro e
cinco horas por dia no jornal. Ingrid se dedica mais ao departamento pessoal, onde está aprendendo a confeccionar a folha de
pagamento dos funcionários. Paulo prefere a área de informática. Na
escola, ele tem tirado notas baixas.
Um amigo dos dois, que não quis
se identificar, resume a situação vivido pelos adolescentes: "Nem o
Paulo nem a Ingrid falam sobre a
morte do pai e, quando alguém toca no assunto, eles ficam nervosos,
perdem o controle e deixam de fazer o que estavam fazendo".
²
Gozações
Segundo os amigos, o isolamento
funciona como uma defesa para
Ingrid e Paulo que, com o retorno
do noticiário sobre as mortes de
PC e Suzana Marcolino, voltaram a
ser incomodados em locais públicos e principalmente na escola,
com brincadeiras e gozações de todo o tipo.
Ingrid e Paulo também reclamam, segundo os amigos, da falta
de dedicação dos tios. Augusto Farias que, após as mortes, passava
pelo menos dois dias da semana
com os sobrinhos, nos últimos meses tem se dedicado menos, ainda
segundo os amigos.
A falta do convívio com a família
foi recomendada pela psicóloga
que assiste Ingrid e Paulo, segundo
apurou a Agência Folha. A psicóloga acredita que, com uma maior
convivência familiar, os jovens podem superar melhor a situação.
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