São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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PAINEL

Operação belezura
Pressionada pela cúpula do PT, Marta Suplicy lançará uma série de ações populares para turbinar a campanha de Lula em SP. Em agosto, a prefeita entregará a um milhão de estudantes kits com material escolar, mochila e uniformes, tudo com o símbolo da gestão petista.

Limpar a vitrine
Marta colocará em operação em agosto peruas escolares gratuitas para transportar cem mil alunos que não têm escola perto de casa. Na mesma época, a prefeitura lançará um programa de limpeza de praças e jardins e de recuperação das pistas de ruas e avenidas da cidade.

Imagem é tudo
Todas as ações populares de Marta serão devidamente divulgados por comerciais com o dedo de Duda Mendonça, como já ocorre com os que estão no ar sobre a merenda escolar.

Calcanhar petista
A cúpula do PT considera que a cidade de SP é um pontos mais frágeis da campanha de Lula. Pesquisas internas mostram que ele tem 42% dos votos no interior e apenas 32% na capital.

Outros tempos
Os dirigentes do sindicato dos funcionários da Receita já discutem entre si quem ocupará os principais cargos do setor em um eventual governo Lula. Mas o sonho cairá por terra, mesmo no caso de vitória do PT. A idéia do partido é nomear pessoas com um perfil "arrecadador", no estilo de Everardo Maciel.

Ato falho
Em reunião com a equipe econômica sobre a crise dos fundos, o Planalto concluiu que tudo não passa de especulação motivada pela eleição. Um dos presentes disse que, para acalmar o mercado, Lula deveria anunciar quem será o ministro da Fazenda. "Mas isso é admitir que ele ganhará!", reclamou um outro.

Prudência necessária
O Sistema Radiobrás, rede de emissoras oficiais de rádio e TV, não autoriza mais em sua programação a divulgação de entrevistas sobre temas políticos. A proibição vale até a eleição.

Xadrez mineiro
Eduardo Azeredo (PSDB) tende a aceitar disputar o governo de Minas e deixar a vaga ao Senado para Aécio Neves.

Casa eleitoral
O número de casas populares construídas pelo governo de SP no ano eleitoral de 2002 será o triplo do do ano passado. Em 2001, Geraldo Alckmin (PSDB) entregou 10.476 unidades. De janeiro até ontem, já havia entregue 6.661. E programou mais 23.400 até o final do ano.

Mera coincidência
Os dados oficiais mostram que a entrega de casas foi recorde no também ano eleitoral de 98: 52.167. Nos anos em que não houve eleição estadual -99, 2000 e 2001-, a entrega foi bem menos expressiva: 8.191, 5.629 e 10.476, respectivamente.

Engrenagem tucana
De Carlinhos Almeida, líder do PT na Assembléia de SP, sobre a "coincidência" entre o aumento na entrega de casas populares e as eleições: "O PSDB tem usado escancaradamente a máquina na campanha".

Ceticismo esotérico
José Serra recebe diariamente de uma amiga seu mapa astral. O tucano diz que não acredita, mas lê tudo com atenção.

Disque-vice
Rita Camata está gastando os dedos telefonando para cada convencional do PMDB e pedindo que eles votem a favor da aliança com o PSDB de Serra na convenção do dia 15.

Dos pés à cabeça
Os pefelistas Roberto Brant (MG) e Amazonino Mendes (AM) participarão da coordenação da campanha de Ciro. Com aval da direção do PFL.

TIROTEIO

De Delfim Netto (PPB), sobre a relação da crise no mercado financeiro com a sucessão:
- O governo está terminando de forma melancólica. Foi a estabilidade e mais nada, com uma herança de desemprego terrível. Não adianta tentar culpar os outros [Lula, Garotinho e Ciro Gomes" pelo que está acontecendo no mercado.

CONTRAPONTO

Mapa eleitoral

O presidenciável do PPS, Ciro Gomes, foi eleito prefeito de Fortaleza (CE), em 1988, com apenas 30 anos de idade. Durante a campanha, os adversários procuraram explorar sua suposta falta de experiência. Espalharam também que Ciro, então deputado estadual, não conhecia bem a periferia da cidade.
No início da campanha, Ciro foi convidado para uma entrevista numa das principais emissoras de rádio de Fortaleza.
O apresentador perguntou, ao vivo e à queima-roupa:
- Ciro, o senhor sabe como fazer para chegar ao bairro Morro do Chapéu?
O candidato não sabia. Mas procurou uma resposta:
- Quando eu quiser ir até lá, é muito fácil. É só tomar um táxi.
E arrematou:
- Eu sou candidato a prefeito, não a carteiro.
Depois da entrevista, soube-se que o tal bairro não existia.



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