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PREVIDÊNCIA
José Pimentel, que já foi contra cobrança de inativos, acha que mudança efetiva só virá através de leis posteriores
Reforma não trará "revolução", diz relator
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da reforma da Previdência na comissão especial da
Câmara dos Deputados, José Pimentel (PT-CE), afirmou acreditar que a aprovação do texto no
Congresso e a consequente alteração na Constituição não representarão uma revolução no sistema previdenciário brasileiro.
"A reforma obviamente é importante, mas apenas proporcionará a base para a criação do sistema previdenciário único no país.
A grande transformação virá com
as leis infraconstitucionais", disse.
O fato a que se refere o relator é
a necessidade da aprovação de leis
complementares para regular
pontos da reforma depois de sua
aprovação, como, por exemplo, a
definição sobre a forma de cálculo
do benefício pela média da contribuição e a instalação dos fundos
de Previdência complementar.
Em uma demonstração de que
está sintonizado com o governo,
Pimentel, 48 -que é advogado e
bancário e está na terceira legislatura como deputado-, vem evitando resgatar antigas críticas que
fazia a alguns pilares da reforma.
Ele se dizia contra a cobrança de
contribuição previdenciária dos
servidores inativos, ponto mais
polêmico do texto.
"A cobrança dos inativos é, sem
dúvida, um ponto polêmico, mas
devido à decisão da semana passada, a questão da constitucionalidade já está superada", afirmou.
Comissão
A comissão especial será instalada até quarta-feira, e será composta por 38 deputados, seguindo
a proporcionalidade das bancadas. Serão 23 (ou 24) da base aliada, 11 da oposição e quatro (ou
três) de partidos independentes.
A comissão tem por objetivo
analisar o mérito da proposta e
sugerir alterações. O relator elabora um parecer, que vai a voto na
comissão. Se for aprovado, a reforma vai ao plenário da Câmara
para votação em dois turnos.
"Vou aguardar a chegada das
emendas para ter uma idéia de como vamos trabalhar nos próximos meses", afirmou.
Apesar de o governo dizer que
vai defender a proposta na íntegra
e que não abre mão do que chama
de "a espinha dorsal" do texto, a
base aliada ao Planalto é quem
mais se movimenta para propor
alterações ao texto.
Emendas
A comissão de sistematização
do PT, criada para "filtrar" as
emendas do partido, recebeu 154
propostas de alteração das reformas, a maioria na área previdenciária. A coordenação da bancada
do partido na Câmara deve se
reunir hoje com o ministro José
Dirceu (Casa Civil) para ter uma
sinalização de quais pontos podem obter o apoio do governo.
Amanhã, a bancada começa a
discutir as emendas e definir se
haverá propostas que serão defendidas pelo bloco de deputados.
Entre os principais pontos selecionados previamente pelos petistas para alteração estão a taxação dos inativos, a limitação das
pensões em 70% e os subtetos salariais para o funcionalismo.
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