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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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PREVIDÊNCIA

José Pimentel, que já foi contra cobrança de inativos, acha que mudança efetiva só virá através de leis posteriores

Reforma não trará "revolução", diz relator

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, José Pimentel (PT-CE), afirmou acreditar que a aprovação do texto no Congresso e a consequente alteração na Constituição não representarão uma revolução no sistema previdenciário brasileiro.
"A reforma obviamente é importante, mas apenas proporcionará a base para a criação do sistema previdenciário único no país. A grande transformação virá com as leis infraconstitucionais", disse.
O fato a que se refere o relator é a necessidade da aprovação de leis complementares para regular pontos da reforma depois de sua aprovação, como, por exemplo, a definição sobre a forma de cálculo do benefício pela média da contribuição e a instalação dos fundos de Previdência complementar.
Em uma demonstração de que está sintonizado com o governo, Pimentel, 48 -que é advogado e bancário e está na terceira legislatura como deputado-, vem evitando resgatar antigas críticas que fazia a alguns pilares da reforma. Ele se dizia contra a cobrança de contribuição previdenciária dos servidores inativos, ponto mais polêmico do texto.
"A cobrança dos inativos é, sem dúvida, um ponto polêmico, mas devido à decisão da semana passada, a questão da constitucionalidade já está superada", afirmou.

Comissão
A comissão especial será instalada até quarta-feira, e será composta por 38 deputados, seguindo a proporcionalidade das bancadas. Serão 23 (ou 24) da base aliada, 11 da oposição e quatro (ou três) de partidos independentes.
A comissão tem por objetivo analisar o mérito da proposta e sugerir alterações. O relator elabora um parecer, que vai a voto na comissão. Se for aprovado, a reforma vai ao plenário da Câmara para votação em dois turnos.
"Vou aguardar a chegada das emendas para ter uma idéia de como vamos trabalhar nos próximos meses", afirmou.
Apesar de o governo dizer que vai defender a proposta na íntegra e que não abre mão do que chama de "a espinha dorsal" do texto, a base aliada ao Planalto é quem mais se movimenta para propor alterações ao texto.

Emendas
A comissão de sistematização do PT, criada para "filtrar" as emendas do partido, recebeu 154 propostas de alteração das reformas, a maioria na área previdenciária. A coordenação da bancada do partido na Câmara deve se reunir hoje com o ministro José Dirceu (Casa Civil) para ter uma sinalização de quais pontos podem obter o apoio do governo.
Amanhã, a bancada começa a discutir as emendas e definir se haverá propostas que serão defendidas pelo bloco de deputados.
Entre os principais pontos selecionados previamente pelos petistas para alteração estão a taxação dos inativos, a limitação das pensões em 70% e os subtetos salariais para o funcionalismo.



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