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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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DIPLOMACIA

Evento começa hoje no CE

Fórum debate relações entre Brasil e África

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Quebrar os estereótipos existentes no Brasil em relação à África e vice-versa como o objetivo de uma aproximação política, cultural e comercial: esse é o desafio que o país terá pela frente na opinião do professor da UnB (Universidade de Brasília) José Flávio Sombra Saraiva, diretor-geral do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações Internacionais), que participa, a partir de hoje, do Fórum Brasil-África, em Fortaleza, com a presença do vice-presidente José Alencar e de ministros-chefes de países africanos.
Leia a seguir alguns trechos da entrevista feita com Saraiva em Fortaleza.
 

Folha - O sr. acha que no Brasil ainda existe um sentimento de dívida social com a África por causa da escravidão?
José Flávio Sombra Saraiva -
Sim, e esse sentimento está nas elites e no povo e talvez seja um ponto de consenso extraordinário na história recente do Brasil.
Você não estava acostumado a ouvir dirigentes políticos nacionais referindo-se à África como está acontecendo hoje. Na base da sociedade, há um sentimento de que não é apenas um pobre coitadinho que mora ali na periferia, que tem uma aparência física que não se assemelha à opulência; tem-se a idéia de que essa gente é também muito criativa e que está buscando melhores condições sociais para si.

Folha - E como vencer o desconhecimento que temos em relação à África?
Saraiva -
Apesar dessa proximidade geográfica, um fronteira separada apenas pelo oceano Atlântico, temos um abismo de conhecimento em relação à África.
Eles precisam saber mais de nós e nós deles, porque eles têm algumas imagens equivocadas do Brasil. Na África do Sul, por exemplo, que tem muitas semelhanças com o Brasil, a elite acha que as pessoas aqui andam armadas nas ruas e que há um estado de guerra permanente. Romper esses estereótipos é um grande desafio.
(KAMILA FERNANDES)


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