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DIPLOMACIA
Evento começa hoje no CE
Fórum debate relações entre Brasil e África
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Quebrar os estereótipos existentes no Brasil em relação à África e vice-versa como o objetivo de
uma aproximação política, cultural e comercial: esse é o desafio
que o país terá pela frente na opinião do professor da UnB (Universidade de Brasília) José Flávio
Sombra Saraiva, diretor-geral do
IBRI (Instituto Brasileiro de Relações Internacionais), que participa, a partir de hoje, do Fórum
Brasil-África, em Fortaleza, com a
presença do vice-presidente José
Alencar e de ministros-chefes de
países africanos.
Leia a seguir alguns trechos da
entrevista feita com Saraiva em
Fortaleza.
Folha - O sr. acha que no Brasil
ainda existe um sentimento de dívida social com a África por causa
da escravidão?
José Flávio Sombra Saraiva - Sim,
e esse sentimento está nas elites e
no povo e talvez seja um ponto de
consenso extraordinário na história recente do Brasil.
Você não estava acostumado a
ouvir dirigentes políticos nacionais referindo-se à África como
está acontecendo hoje. Na base da
sociedade, há um sentimento de
que não é apenas um pobre coitadinho que mora ali na periferia,
que tem uma aparência física que
não se assemelha à opulência;
tem-se a idéia de que essa gente é
também muito criativa e que está
buscando melhores condições sociais para si.
Folha - E como vencer o desconhecimento que temos em relação
à África?
Saraiva - Apesar dessa proximidade geográfica, um fronteira separada apenas pelo oceano Atlântico, temos um abismo de conhecimento em relação à África.
Eles precisam saber mais de nós
e nós deles, porque eles têm algumas imagens equivocadas do Brasil. Na África do Sul, por exemplo,
que tem muitas semelhanças com
o Brasil, a elite acha que as pessoas
aqui andam armadas nas ruas e
que há um estado de guerra permanente. Romper esses estereótipos é um grande desafio.
(KAMILA FERNANDES)
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