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SEGURANÇA
Pacote inclui criação de
mais varas especializadas na matéria
Governo anuncia medidas contra a lavagem de dinheiro
RÔMULO NEVES
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério da Justiça anuncia
amanhã um pacote de dez medidas para combater a lavagem de
dinheiro, segundo afirmou o secretário nacional de Segurança
Pública, Luiz Eduardo Soares, 49,
em entrevista à Agência Folha.
Entre as medidas anunciadas
estarão, diz ele, a reformulação do
Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), a elaboração de um cadastro único de
contas correntes no Banco Central e a criação de mais varas federais especializadas, como as que
foram criadas na região Sul.
As medidas, segundo Soares, fazem parte de uma mudança de
enfoque do poder público, que estaria se voltando para "o andar de
cima" do crime.
Até agora, nove Estados aderiram ao Susp (Sistema Único de
Segurança Pública), e outros 11 já
negociam com o governo federal.
Leia a seguir trechos da entrevista.
Agência Folha - O que está mudando na área de segurança pública neste governo?
Luiz Eduardo Soares - Nesta gestão, foram suspensas as análises
de projetos isolados para pedido
de financiamento federal. Agora,
para utilizar os recursos do Fundo
Nacional de Segurança Pública, os
Estados têm que apresentar planos de segurança que promovam
a integração entre as polícias e
evitem que os recursos sejam desperdiçados irracionalmente. Neste governo, o enfoque está voltado
para o crime no andar de cima.
Agência Folha - Como será essa
mudança de enfoque?
Soares - O governo dará ênfase
especial à lavagem de dinheiro,
por exemplo. Na terça [amanhã],
o Ministério da Justiça anunciará
um pacote de dez medidas para
combater a lavagem de dinheiro.
Agência Folha - Que medidas são
essas?
Soares - Eu não posso adiantar.
Agência Folha - Vai mudar alguma coisa no Coaf?
Soares - O Coaf realizou até agora, em quatro anos de existência,
500 investigações, mas só puniu
uma pessoa. 500 deveria ser a movimentação diária. O Coaf vai ser
reformulado. O Banco Central terá um cadastro único de contas
correntes. Além das varas especializadas, que já estão sendo instaladas.
Agência Folha - Como seriam a estrutura e o financiamento dos projetos do Susp (Sistema Único de Segurança Pública)?
Soares - Cada Estado mantém
sua autonomia para se organizar,
mas seriam instalados gabinetes
de gestão integrada, com a participação da Polícia Militar, Polícia
Federal, Ministério Público e Receita, entre outros, sem hierarquização entre os órgãos.
A secretaria está negociando
dois financiamentos internacionais, que totalizam cerca de US$ 4
bilhões para o Susp, mas os Estados terão que financiar algumas
partes de seus projetos.
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