São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / REGRAS DO JOGO

Partidos elogiam recuo do TSE que flexibiliza acordos

Para presidentes do PT, PFL e PMDB, endurecimento da verticalização alteraria todas as composições em curso

José Jorge, vice na chapa de Alckmin, diz que "decisão facilita as situações que ficaram sob risco", sobre aliança do PFL com PSDB


KENNEDY ALENCAR
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os presidentes do PFL, do PMDB e do PT, respectivamente o senador Jorge Bornhausen (SC) e os deputados federais paulistas Michel Temer e Ricardo Berzoini, elogiaram o recuo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O tribunal reformulou decisão de terça-feira que ampliava a verticalização.
Berzoini avaliou que "pesou fortemente" a pressão dos partidos sobre o TSE, apesar de dizer que o PT não a fez. Bornhausen julgou "absolutamente acertada" a decisão. Destacou que o TSE optou pela "segurança jurídica", principal argumento dos magistrados para o recuo. Temer afirmou que "politicamente foi útil" a decisão, apesar de reconhecer que havia sustentação jurídica para o endurecimento da regra.
Em menos de 48 horas, o tribunal reviu a decisão de tornar mais rígida a regra para coligações partidárias, o que paralisou as negociações sobre alianças presidenciais e estaduais. O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, fora o principal defensor da mudança.
Se mantido, o endurecimento alteraria todas as composições em curso, disseram os políticos ouvidos pela Folha.
"A contragosto, sou obrigado a concordar com o Bornhausen", brincou Berzoini, ao dizer que "prevaleceu o bom senso de não mudar a regra nas vésperas das convenções oficiais".
Temer, que preside o partido que seria mais prejudicado, disse que houve "volta ao mundo antigo". Ou seja, o PMDB mantém a tendência de não disputar a Presidência e não fechar aliança nacional com o PT nem com o PSDB.
Na segunda-feira, reunião da Executiva do partido com governadores deverá oficializar a posição. Maioria até a reviravolta causada pela decisão de terça, o grupo contrário à candidatura própria deverá tentar cancelar as convenções partidárias marcadas para este mês.
Bornhausen afirmou que está "firme" a aliança com o PSDB de Alckmin. Segundo ele, os partidos tentarão atrair também o PPS. Pré-candidato a vice na chapa de Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE) disse que a "decisão facilita as situações que já estavam resolvidas e ficaram sob risco".


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