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ELEIÇÕES 2006 / REGRAS DO JOGO
Partidos elogiam recuo do TSE que flexibiliza acordos
Para presidentes do PT, PFL e PMDB, endurecimento da verticalização alteraria todas as composições em curso
José Jorge, vice na chapa de Alckmin, diz que "decisão facilita as situações que ficaram sob risco", sobre aliança do PFL com PSDB
KENNEDY ALENCAR
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes do PFL, do
PMDB e do PT, respectivamente o senador Jorge Bornhausen
(SC) e os deputados federais
paulistas Michel Temer e Ricardo Berzoini, elogiaram o recuo do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral). O tribunal reformulou decisão de terça-feira que
ampliava a verticalização.
Berzoini avaliou que "pesou
fortemente" a pressão dos partidos sobre o TSE, apesar de dizer que o PT não a fez. Bornhausen julgou "absolutamente acertada" a decisão. Destacou que o TSE optou pela "segurança jurídica", principal argumento dos magistrados para
o recuo. Temer afirmou que
"politicamente foi útil" a decisão, apesar de reconhecer que
havia sustentação jurídica para
o endurecimento da regra.
Em menos de 48 horas, o tribunal reviu a decisão de tornar
mais rígida a regra para coligações partidárias, o que paralisou as negociações sobre alianças presidenciais e estaduais. O
presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, fora o principal defensor da mudança.
Se mantido, o endurecimento alteraria todas as composições em curso, disseram os políticos ouvidos pela Folha.
"A contragosto, sou obrigado
a concordar com o Bornhausen", brincou Berzoini, ao dizer
que "prevaleceu o bom senso
de não mudar a regra nas vésperas das convenções oficiais".
Temer, que preside o partido
que seria mais prejudicado,
disse que houve "volta ao mundo antigo". Ou seja, o PMDB
mantém a tendência de não
disputar a Presidência e não fechar aliança nacional com o PT
nem com o PSDB.
Na segunda-feira, reunião da
Executiva do partido com governadores deverá oficializar a
posição. Maioria até a reviravolta causada pela decisão de
terça, o grupo contrário à candidatura própria deverá tentar
cancelar as convenções partidárias marcadas para este mês.
Bornhausen afirmou que está "firme" a aliança com o
PSDB de Alckmin. Segundo ele,
os partidos tentarão atrair
também o PPS. Pré-candidato
a vice na chapa de Alckmin, o
senador José Jorge (PFL-PE)
disse que a "decisão facilita as
situações que já estavam resolvidas e ficaram sob risco".
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