LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Uma operação envolvendo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Brigada Militar resultou na prisão de 12 índios e de dois comerciantes não-índios ontem, na reserva indígena de Ligeiro, no município de Charrua (355 km de Porto Alegre). Eles são acusados de formação de quadrilha, porte de armas e lesões corporais.
Além das prisões, houve a apreensão de cinco armas de fogo e documentos.
O pedido de prisão temporária contra cerca de 20 pessoas foi solicitado à Justiça Federal pelo procurador da República no município de Erechim, Mário Sérgio Ghannagé Barbosa.
Dois grupos disputam o poder na reserva, sendo que um foi expulso da área. O grupo que estava no poder vinha, diz a PF, praticando desmandos contra a comunidade indígena que habita a reserva, com apoio dos comerciantes não-índios.
Seqüestros, retiradas forçadas, espancamentos e arrendamento irregular de terras por parte da liderança indígena eram patrocinados pelo grupo liderado pelo cacique Valdecir da Silva, que se impunha através do uso da força e de armas, segundo a PF. Há um mandado de prisão contra Silva, mas ele ainda não havia sido detido no início da noite de ontem. Valdir Palhano, adversário de Silva, foi preso.
Em 2004, o MPF e a PF não encontraram nenhuma arma durante operação para desarmar os índios.


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