São Paulo, sábado, 09 de junho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vai, mas não racha

O PT deve fechar questão na semana que vem pelo voto em lista fechada -ou uma variação dela- e pelo financiamento público de campanhas, os dois temas mais polêmicos da reforma política, mas, diferentemente do que ocorreu na reforma da Previdência, em 2003, e no Colégio Eleitoral, em 1985, ninguém deve ser expulso da legenda por discordar da cúpula.
Enquanto alguns deputados, como o baiano Sérgio Carneiro, já anunciam desobediência caso sejam obrigados a encampar o voto em lista, há quem trabalhe por uma alternativa à radicalização. "Entre nossa posição e o que vai a voto há uma diferença enorme", diz um dirigente, para quem a divisão de todos os demais partidos sobre o tema diluirá a cizânia petista.

Lastro. Do corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), para um grupo de colegas de Casa logo após a reunião do Conselho de Ética que decidiu pela abertura de processo contra Renan Calheiros (PMDB-AL): "O Renan provou que tem renda para sustentar até dez Mônicas".

Já ganhou. Na mesma conversa, Tuma e os peemedebistas Valdir Raupp (RO) e Wellington Salgado (MG) fizeram uma projeção segundo a qual, hipoteticamente, se o pedido de cassação de Renan fosse ao plenário, o presidente do Senado seria absolvido por um placar de 78 a 3.

A calhar 1. Apontado como um dos líderes da máfia dos caça-níqueis no país pela Polícia Federal, Nilton Servo obteve vaga na Assembléia do Paraná, no início dos anos 90, após um deputado eleito por sua coligação tirar licença de 121 dias -um dia a mais do que um parlamentar poderia ficar fora sem ser substituído.

A calhar 2. Na época, Servo, que era o primeiro suplente do PTB, já respondia a processos, e passou a contar com foro privilegiado quando assumiu a cadeira de deputado.

Murchando. O governo não deve ter muito trabalho para esvaziar a CPI da Navalha. Na já minguada lista de 173 assinaturas, há um rabisco que ninguém consegue identificar. Além disso, a relação dos que já concordaram em riscar seus nomes do requerimento chegava a dez ontem, e a idéia é chegar a 15.

De volta ao foco. O Tribunal de Contas da União deve iniciar nos próximos dias nova auditoria na Infraero, desta vez para verificar a aplicação de taxas e tarifas cobradas de passageiros e concessionários de aeroportos.

Má notícia. Pesquisa feita para o Democratas pelo instituto GPP mostra que 78,9% dos entrevistados dão ao governo Lula nota superior a 5. Para 38,2%, sua gestão mereceria de 8 a 10. Só 19,1% deram entre 0 e 4. Na média, a nota do presidente ficou em 6,39.

É a economia. A área mais bem avaliada do governo, diz a pesquisa do DEM, é a econômica, com nota 6,35. A pior é a segurança, com 3,82. Lula tem as melhores avaliações no Nordeste (7,37) e entre os que ganham até dois salários mínimos (7) e que têm até o primeiro grau (7,1).

Neoverdes. Os tucanos realizam na segunda um seminário sobre meio ambiente no Rio. Para atualizar o programa do partido sobre o tema tiveram de recorrer a um ex-filiado, Fábio Feldman, que trocou a legenda pelo PV.

Na geral. Pesquisa da TV Globo para o programa "Esporte Espetacular" que vai ao ar amanhã mostra que a bancada flamenguista é a maior da Câmara, com 78 deputados-torcedores. Corinthians e Fluminense empatam em segundo: são preferidos por 33 parlamentares cada um.

Barulho. Depois de comandar dois protestos em abril e um em maio, a CUT prepara nova manifestação para julho contra a Emenda 3 e o projeto do governo que limita a evolução de gastos com servidores.

Tiroteio

"A CPI da Navalha ainda está viva, mas respira por aparelhos".
Do deputado JÚLIO DELGADO (PSB-MG), um dos autores do requerimento de criação da CPI mista para investigar as relações entre Executivo, Legislativo e empreiteiras, sobre a articulação governistas para retirada de assinaturas do pedido.

Contraponto

Popularidade zero

Neto de Mário Covas, o hoje deputado estadual Bruno Covas foi vice de Raul Cristiano na chapa tucana que disputou as eleições de Santos em 2004. No primeiro ato de campanha, a dupla foi à feira para testar sua popularidade. Minutos se passaram até que um feirante os abordou.
-Quanto tempo!-, disse o homem a Cristiano.
-Ufa-, comemorou baixinho o neto de Covas.
O feirante se aproximou dos dois e brincou:
-Mas precisa aparecer mais fora da época de eleição, não é mesmo, senhor Jama?
Constrangido, Cristiano teve de desafazer o engano: ele não era o vereador do PDT a quem o homem se referia.


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