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Acusados de corrupção "sofrem", diz presidente
Na Alemanha, Lula afirma que pedirá fiscalização externa nas obras do PAC
"As pessoas que aparecem [no noticiário] sofrem, sofrem, mas um dia vão para julgamento e vai aparecer quem é culpado"
Caio Guatelli/Folha Imagem
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O presidente Lula concede entrevista coletiva pouco antes do fim do encontro do G8, ontem, em Heiligendamm, na Alemanha |
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL À ALEMANHA
Em uma frase que pode ser
tomada como alusiva à situação
de seu irmão Genival Inácio da
Silva, o Vavá, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse ontem que "as pessoas que aparecem [no noticiário sobre corrupção] sofrem, sofrem, mas
um dia vão para julgamento e
vai aparecer quem é culpado e
quem é inocente".
Antes, o presidente Lula dissera duas vezes: "Dói. Dói",
sempre tratando do problema
da corrupção no Brasil.
Lula aproveitou uma pergunta sobre uma eventual falha nos
mecanismos de prevenção de
irregularidades para anunciar
que, ao voltar ao país, vai propor que o Ministério Público e
o Tribunal de Contas da União
(TCU) montem uma equipe para fiscalizar as obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento).
O presidente lembrou que o
PAC já tem conselhos gestores
do próprio governo, da Abdib
(Associação Brasileira da Indústria de Base) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). "O que não
falta no Brasil é gente para fiscalizar", afirmou.
Depois emendou: "Ainda assim acontece e, na medida em
que acontece, o que temos que
fazer é investigar tudo o que é
necessário".
Prudentes
O presidente Lula disse também que não aceita pressão para diminuir "o processo de investigação da Polícia Federal
nem do Ministério Público, até
porque é independente".
Contou que só pediu a ambos
que sejam "prudentes, para não
condenar inocentes e absolver
culpados. Acho que estão fazendo isso direitinho".
O presidente disse ainda que
"o que não falta é lei para fiscalizar", para emendar depois
com a tese já exposta na sua entrevista de anteontem à Folha.
"A corrupção, no Brasil, nos
Estados Unidos, na Itália, em
qualquer lugar, só aparece
quando o governo vai fundo na
investigação. Até que um dia
acabe [a corrupção], se é que
um dia vai acabar."
Lembrou depois a Operação
Mãos Limpas, na Itália, que
terminou com centenas de prisões de políticos e empresários
e dinamitou o sistema partidário local. "Parecia que tinha
terminado [a corrupção], até
aparecer a trambicagem no futebol", afirmou Lula, referindo-se ao mais recente escândalo italiano, a manipulação de
resultados por parte de grandes clubes.
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