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Brasileiro elogia conversa com Clinton
do enviado especial a Nova York
Segundo o porta-voz da Casa
Branca, Mike McCurry, os presidentes Bill Clinton e Fernando
Henrique Cardoso acharam "extremamente agradável" o jantar
de domingo na casa de montanha
do norte-americano. FHC disse
que "foi maravilhoso" poder
conversar com Clinton "francamente e sem dificuldades".
Nos dois lados, a reação ao encontro informal entre os dois líderes foi a melhor possível. McCurry
disse que o fato de FHC ter sido
"o único líder mundial que Clinton recebeu em Camp David, além
do britânico Tony Blair, mostra
como são próximas e positivas as
relações entre nós".
Para FHC, o jantar, pernoite e
café da manhã no refúgio que
Clinton reserva apenas para amigos são "uma demonstração clara
da enorme oportunidade histórica
que existe nas relações entre os
dois países e uma prova do amadurecimento, que o Brasil tem de
pressentir, de seu enorme peso
político e econômico".
Dos 26 chefes de Estado e de governo que vieram aos EUA para a
sessão especial da Assembléia Geral da Organização das Nações
Unidas sobre o combate às drogas,
só FHC foi convidado para um encontro longo com Clinton.
Mas não há dúvida de que o encontro de Camp David deve ter
provocado ciumeira, em especial
no presidente Carlos Menem, da
Argentina, que também estava
nos EUA no fim-de-semana e nem
sequer foi recebido por Clinton.
Mack McLarty, assessor especial
de Clinton para a América Latina,
disse à Folha que o ambiente estava "descontraído e agradável" e
que os presidentes ficaram 45 minutos a sós após a refeição (as primeiras-damas, disse ele, conversaram sozinhas por meia hora).
Segundo McLarty, os dois não
falaram muito sobre assuntos bilaterais, mas a respeito de grandes
temas globais, principalmente a
questão nuclear, o processo de paz
no Oriente Médio e a estratégia de
combate às drogas.
McCurry disse que os temas dominantes foram "idéias de longo
alcance, nada que possa provocar
controvérsia imediata, e os efeitos
da globalização sobre nossas economias domésticas, o que ela significa para nós, nas Américas".
Segundo o porta-voz, Clinton ficou "fascinado" com a descrição
que FHC lhe fez da diversidade da
população brasileira e que os dois
consideram a etnia múltipla de
seus países uma "fonte de fortalecimento" de suas sociedades.
FHC disse que "não pediu nada" a Clinton e que os dois conversaram sobre como construir
"um mundo melhor para os nossos povos". De acordo com ele, os
EUA não são apenas o país mais
rico do mundo, mas também "o
mais criativo", o que lhe dá "papel preponderante, mas não hegemônico" na ordem mundial.
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