São Paulo, terça, 9 de junho de 1998

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Brasileiro elogia conversa com Clinton

do enviado especial a Nova York

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Mike McCurry, os presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso acharam "extremamente agradável" o jantar de domingo na casa de montanha do norte-americano. FHC disse que "foi maravilhoso" poder conversar com Clinton "francamente e sem dificuldades".
Nos dois lados, a reação ao encontro informal entre os dois líderes foi a melhor possível. McCurry disse que o fato de FHC ter sido "o único líder mundial que Clinton recebeu em Camp David, além do britânico Tony Blair, mostra como são próximas e positivas as relações entre nós".
Para FHC, o jantar, pernoite e café da manhã no refúgio que Clinton reserva apenas para amigos são "uma demonstração clara da enorme oportunidade histórica que existe nas relações entre os dois países e uma prova do amadurecimento, que o Brasil tem de pressentir, de seu enorme peso político e econômico".
Dos 26 chefes de Estado e de governo que vieram aos EUA para a sessão especial da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas sobre o combate às drogas, só FHC foi convidado para um encontro longo com Clinton.
Mas não há dúvida de que o encontro de Camp David deve ter provocado ciumeira, em especial no presidente Carlos Menem, da Argentina, que também estava nos EUA no fim-de-semana e nem sequer foi recebido por Clinton.
Mack McLarty, assessor especial de Clinton para a América Latina, disse à Folha que o ambiente estava "descontraído e agradável" e que os presidentes ficaram 45 minutos a sós após a refeição (as primeiras-damas, disse ele, conversaram sozinhas por meia hora).
Segundo McLarty, os dois não falaram muito sobre assuntos bilaterais, mas a respeito de grandes temas globais, principalmente a questão nuclear, o processo de paz no Oriente Médio e a estratégia de combate às drogas.
McCurry disse que os temas dominantes foram "idéias de longo alcance, nada que possa provocar controvérsia imediata, e os efeitos da globalização sobre nossas economias domésticas, o que ela significa para nós, nas Américas".
Segundo o porta-voz, Clinton ficou "fascinado" com a descrição que FHC lhe fez da diversidade da população brasileira e que os dois consideram a etnia múltipla de seus países uma "fonte de fortalecimento" de suas sociedades.
FHC disse que "não pediu nada" a Clinton e que os dois conversaram sobre como construir "um mundo melhor para os nossos povos". De acordo com ele, os EUA não são apenas o país mais rico do mundo, mas também "o mais criativo", o que lhe dá "papel preponderante, mas não hegemônico" na ordem mundial.



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