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Oito já dirigiram Rio Grande da Serra desde 97
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O município de Rio Grande da
Serra (na região do ABC) empossou, na semana passada, seu oitavo prefeito desde 1997.
Com menos de seis meses para
governar, Ramon Velasquez (PT)
admite que não terá tempo para
fazer grandes mudanças. "Vou ao
menos tentar sanear financeiramente o município", diz.
A posse do petista foi o epílogo
de uma sequência de reviravoltas
jurídicas, provocadas principalmente por diferenças de interpretação da Lei Eleitoral. Duas mortes contribuíram para a confusão.
O vencedor da eleição municipal de 1996 foi Cido Franco (PTB),
que morreu de infarto em março
de 1997, 75 dias após a posse.
O segundo prefeito foi o vice de
Cido, José Arruda (PRP).
Em 30 de abril de 1998, ele desapareceu. Seu corpo foi encontrado uma semana depois. Arruda
foi assassinado, por motivos ainda não totalmente esclarecidos.
Enquanto o corpo estava sumido, a prefeitura ficou a cargo do
terceiro prefeito, o secretário de
Negócios Jurídicos, Nilton de Oliveira Júnior.
Após o encontro do cadáver, assumiu, interinamente, o quarto
prefeito, o presidente da Câmara,
Expedito de Oliveira (PSDB).
Como metade do mandato não
havia transcorrido, foram convocadas novas eleições. O vencedor
tornou-se o quinto prefeito, Danilo Franco (PTB), que assumiu em
24 de agosto de 1998. Ele é filho de
Cido, o primeiro.
Partidos de oposição entraram
com ação na Justiça, alegando que
a lei não permite que parentes
consanguíneos assumam o mesmo cargo no mesmo mandato.
A Justiça cassou Danilo em 30
de março deste ano, após vários
recursos -o então prefeito não
concordava que houvesse irregularidade, pois o pai estava morto.
A polêmica continuou. A Câmara recusou-se a dar posse ao vice dele, por entender que a chapa
toda deveria ser impugnada. Assumiu a secretária municipal de
Negócios Jurídicos, Célia Franco
(sem parentesco com Cido e Danilo), a sexta prefeita.
A Câmara só concordou em
empossar o vice de Danilo, Mário
Carvalho da Silva (PTB), em 10 de
abril. Ele foi o sétimo prefeito.
Novamente a oposição entrou
com ação judicial, que foi acatada
em 30 de junho. Silva teve de deixar o cargo, por ser da mesma
chapa do prefeito cassado.
A Justiça acabou determinando
que o segundo colocado na eleição-tampão de agosto de 1998,
Velasquez (PT), fosse empossado.
O oitavo prefeito é agora candidato à reeleição. Sua principal rival é Leonarda Franco (PTB)
-mãe de Danilo, o quinto prefeito, e viúva de Cido, o primeiro. O
vice dela é Silva, o sétimo prefeito.
"Tudo isto poderia ter sido evitado se a Justiça tivesse sido mais
rápida e se a lei fosse mais clara",
diz Velasquez. Danilo Franco,
procurado, não foi encontrado.
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