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TRÊS ANOS DEPOIS
Procuradoria e população agora possuem mecanismos para controlar irregularidades, diz promotor
No Paraná, 141 prefeitos são processados
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
No Paraná, 141 prefeitos estão
sendo processados civil e criminalmente sob acusação de práticas irregulares na administração
pública. Existem 399 municípios
no Estado.
Na área criminal, há 250 denúncias contra 101 dos atuais prefeitos. Na área cível, 110 ações civis
públicas atingem 40 prefeitos.
Os números foram levantados
pelo Ministério Público do Paraná até 30 de junho último. Eles
mostram que só na área criminal,
desde 1994, foram oferecidas 890
denúncias contra prefeitos.
O fato de mais de 35% dos prefeitos paranaenses sofrerem ações
na Justiça não significa, de acordo
com o promotor Mário Schimer,
36, que a corrupção tenha aumentado. "A corrupção sempre existiu, não aumentou agora. O que
mudou foi que o Ministério Público e a população agora possuem
mecanismos para controlar essas
irregularidades", afirma Schimer.
Schimer destaca ainda o papel
da sociedade organizada, que, a
partir das primeiras ações do Ministério Público, "passou a acreditar na possibilidade de punições".
Neste ano, movimentos pela moralização na administração pública e ética na política se alastraram
por cidades paranaenses.
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429) editada em
1992, aliada a uma maior autonomia dos promotores concedida
pela Constituição de 1988, foram
fatores fundamentais para a avalanche de ações contra prefeitos.
Na área cível, a Lei de Improbidade tem sido o temor dos prefeitos paranaenses, denunciados por
enriquecimento ilícito, prejuízo
ao poder público e ofensa ao princípio da administração pública.
Na área criminal, os crimes
mais frequentes são peculato
(apropriação e desvio de verbas
em proveito próprio), fraudes em
licitações e contratação de servidores sem concurso público.
As ações no Ministério Público
criaram situações inusitadas. Em
Apucarana (norte do PR), os dois
principais candidatos sofrem processos. O atual prefeito Carlos Roberto Scarpelini (PSDB) e o ex
Walter Pegorer (PFL), correm o
risco de, mesmo vencedores nesta
eleições municipais, serem afastados por determinação judicial.
Em Foz do Iguaçu, o prefeito
Harry Daijó (PPB) e o vereador
Sérgio Beltrame (PFL), condenados à suspensão de seus direitos
políticos por cinco anos, concorrem à prefeitura com a esperança
de derrubar a condenação em esfera superior. O ex-prefeito Dobrandino da Silva (PMDB), com
direitos políticos suspensos por
cinco anos, lançou seu filho Samis
da Silva, que também responde
processo por improbidade, como
candidato do PMDB em Foz.
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