São Paulo, domingo, 09 de julho de 2000


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Movimento pela moralização se espalha pelo PR

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Criado em setembro de 1999 para acompanhar as investigações do Ministério Público, o Movimento pela Moralização na Administração Pública de Londrina se espalhou, este ano, por cidades paranaenses.
O principal objetivo do movimento, agora organizado em cidades como Maringá, Ponta Grossa, Apucarana, Matinhos e Lidianópolis, é fiscalizar as campanhas nas eleições.
Segundo o advogado Carlos Roberto Scalassara, presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Londrina, o êxito do movimento na cidade, "que conseguiu afastar o prefeito corrupto, serviu de exemplo para outras cidades que sofrem o mesmo problema".
Em Londrina, a pressão de 83 entidades (de sindicatos de classe às igrejas Católica e evangélicas) foi marcante para uma mudança na Câmara Municipal de Londrina, o que culminou na cassação do prefeito Antônio Belinati (PFL).
Até abril, Belinati tinha o apoio de 16 vereadores, contra 5 da oposição, o que impedia a instalação de comissões processantes na Câmara.
A partir da pressão do movimento organizado, que lotou as galerias da Câmara em todas as sessões, os vereadores não só instalaram duas CPs (Comissões Processantes) contra Belinati, como o cassaram, por 14 votos contra 6, em 22 de junho.
O padre Manoel Joaquim Rodrigues dos Santos, um dos articuladores da expansão do movimento pelo Estado, disse que o maior trabalho neste ano é instalar comitês "9840" pela maioria das cidades do Estado.
Os comitês são uma alusão à Lei 9.840 (primeira lei editada pelo Congresso Nacional a partir de emenda popular), de 28 de setembro de 1999.
A lei prevê punições a práticas até aqui corriqueiras de candidatos, como doações e promessas ao eleitor em troca de votos. Inclusive a oferta de emprego ou função pública, outra prática comum no interior do país, será penalizada.
"Com os comitês para fiscalizar e denunciar os abusos ao Judiciário, que terá mais agilidade com a lei, vamos ter uma eleição, senão a ideal, pelo menos mais transparente que as anteriores", afirma Santos.



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