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"Preferia falar de segurança", diz candidato
MURILO FIUZA DE MELLO
DA SUCURSAL DO RIO
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, criticou a condução da entrevista concedida ontem ao "Jornal Nacional", da Rede Globo.
"Preferia falar de segurança,
saúde e educação, mas me puxaram para discutir tecnicalidades
da dívida pública", disse Ciro
após a entrevista, em frente à sede
da emissora na zona sul do Rio.
Ciro voltou a dizer que não se
comprometerá com nenhum documento de transição que venha a
ser assinado entre o Brasil e o FMI
(Fundo Monetário Internacional), para dar uma suposta tranquilidade à transição política.
"Eu não posso fazer nada para
ajudar o Brasil hoje. Não vou me
comprometer com nenhuma dessas políticas equivocadas [do governo federal"", disse Ciro.
O documento de transição que
estaria sendo discutido com o
FMI para servir de base a um novo acordo prevê que os candidatos à sucessão se comprometam a
manter um superávit primário
(receitas menos despesas, sem
contar o pagamento de juros) de
3,75% do PIB, a independência
operacional do Banco Central em
2003, um sistema de metas de inflação e manutenção dos contratos já firmados.
Ciro se disse a favor da manter o
superávit primário, mas não aceita estipular um índice prévio com
o FMI. "Não há força nenhuma e
qualquer chantagem que me imponha qual é o nível de superávit
para fazer face a esse capricho de
um modelo de desenvolvimento
que gerou as mais baixas taxas de
crescimento econômico do último meio século", disse.
O candidato afirmou que seu
adversário do PT, Lula, caiu "numa armadilha de ficar replicando
políticas econômicas equivocadas". Se eleito, Ciro afirmou que
dará uma grande autonomia operacional ao BC para que possa desenvolver uma política monetária
autônoma, sem interferência política. Ele disse que o BC terá uma
"taxa de desconforto", a ser calculada pelo equilíbrio entre o piso
do crescimento econômico e o teto da inflação.
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