São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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"Preferia falar de segurança", diz candidato

MURILO FIUZA DE MELLO
DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, criticou a condução da entrevista concedida ontem ao "Jornal Nacional", da Rede Globo.
"Preferia falar de segurança, saúde e educação, mas me puxaram para discutir tecnicalidades da dívida pública", disse Ciro após a entrevista, em frente à sede da emissora na zona sul do Rio.
Ciro voltou a dizer que não se comprometerá com nenhum documento de transição que venha a ser assinado entre o Brasil e o FMI (Fundo Monetário Internacional), para dar uma suposta tranquilidade à transição política.
"Eu não posso fazer nada para ajudar o Brasil hoje. Não vou me comprometer com nenhuma dessas políticas equivocadas [do governo federal"", disse Ciro.
O documento de transição que estaria sendo discutido com o FMI para servir de base a um novo acordo prevê que os candidatos à sucessão se comprometam a manter um superávit primário (receitas menos despesas, sem contar o pagamento de juros) de 3,75% do PIB, a independência operacional do Banco Central em 2003, um sistema de metas de inflação e manutenção dos contratos já firmados.
Ciro se disse a favor da manter o superávit primário, mas não aceita estipular um índice prévio com o FMI. "Não há força nenhuma e qualquer chantagem que me imponha qual é o nível de superávit para fazer face a esse capricho de um modelo de desenvolvimento que gerou as mais baixas taxas de crescimento econômico do último meio século", disse.
O candidato afirmou que seu adversário do PT, Lula, caiu "numa armadilha de ficar replicando políticas econômicas equivocadas". Se eleito, Ciro afirmou que dará uma grande autonomia operacional ao BC para que possa desenvolver uma política monetária autônoma, sem interferência política. Ele disse que o BC terá uma "taxa de desconforto", a ser calculada pelo equilíbrio entre o piso do crescimento econômico e o teto da inflação.


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