São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Candidato do PPS foi o primeiro entrevistado no "Jornal Nacional"

Ciro promete juros maiores para alongar dívida pública

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, propôs ontem, durante entrevista ao ""Jornal Nacional", a concessão de taxas de juros superiores para os credores que concordarem com o alongamento de prazos para o pagamento da dívida interna brasileira.
""Premiar voluntariamente o aplicador que queira alongar o prazo com uma taxa de juros mais alta. Quem emprestar por mais longo prazo recebe um pouco mais de prêmio", declarou.
Ciro enfatizou ser contrário a rompimentos de contratos e a medidas unilaterais que possam prejudicar o poupador nacional.
O ex-ministro foi o primeiro dos quatro principais candidatos à Presidência a ser entrevistado na Rede Globo. Conforme a ordem das aparições, definida por sorteio, hoje será a vez de Anthony Garotinho, do PSB.
O presidenciável do PPS ainda foi questionado sobre uma suposta dificuldade de negociação diante de sua fama de possuir um temperamento explosivo.
Segundo ele, costuma-se confundir ""pavio curto com afirmação". ""Sou indignado. O Brasil tem hoje coisas que não dá. A não ser que você seja um verme, não é para ficar bancando o lorde inglês quando a sociedade está com 11,5 milhões de desempregados."
Na avaliação do candidato, o melhor caminho para o país seria o equilíbrio entre a negociação e a mobilização. ""Se só negociar nos gabinetes de Brasília, a tendência é a de que o presidente acabe refém dos interesses de um setor privilegiado e organizado da sociedade. Se fizer só o apelo populista às massas, estará trazendo crises e tensões que não são boas."
Na entrevista, que durou 10min34s, Ciro falou por 6min47s (64,2%), e os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes, por 2min37s e 1min10s, respectivamente, totalizando 35,8% do tempo. A conversa com o candidato fez subir em um ponto a média de audiência do "JN", segundo dados prévios do Ibope.
Antes do intervalo que precedeu a entrevista, o noticiário estava com 37 pontos. Ao começar a entrevista, a Globo tinha 36 pontos, que foram subindo até atingir pico de 39,6 pontos, às 20h55, praticamente na metade da conversa.
Ao final da fala de Ciro, o "Jornal Nacional" contava com 38,8 pontos ou cerca de 1,847 milhão de domicílios na Grande São Paulo -cada ponto do Ibope equivale a 47.600 domicílios na região. A audiência média da entrevista foi de 38 pontos. Cerca de 51% das TVs estavam ligadas no noticiário nesse período. A média de audiência do "JN" é de 40 pontos.
Em entrevista à GloboNews mais tarde, o candidato se posicionou contra a privatização da Petrobras e defendeu a participação do governo na administração de tarifas públicas.
""Isso é o governo que manda, não é interferir. Se não tivéssemos os preços administrados pelo governo hoje, a inflação estava em zero. Se você olhar a evolução dos preços nos oito anos do Plano Real, os preços administrados pelo governo, aqueles não-concorrenciais, sobre os quais o governo tem um poder regulatório de fiscalização definitivo, explodiram."



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