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PT quer previdência complementar
RUBENS LINHARES
EDITOR-ADJUNTO DE REGIONAIS
O programa de governo do candidato do PT à Presidência, Luiz
Inácio Lula da Silva, deverá incluir um item polêmico em relação à Previdência Social.
Segundo o coordenador do programa de governo do PT, o prefeito de Ribeirão Preto (SP), Antônio Palocci Filho, o documento
deverá contemplar uma proposta
de previdência complementar a
ser paga pelos servidores públicos
para conter o déficit no setor.
Hoje, a Previdência registra um
déficit anual de R$ 50 bilhões.
Desse total, R$ 16,5 bilhões se referem ao INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social) e R$ 33,5 bilhões se originam dos benefícios
pagos aos servidores inativos,
conforme dados do Ministério da
Previdência e Assistência Social.
A idéia petista prevê que o servidor público respeite o mesmo teto
de aposentadoria imposto aos
trabalhadores vindos da iniciativa
privada, que hoje é de cerca de R$
1.600. As aposentadorias pagas
aos servidores atualmente não
obedecem a um teto. Para complementar esse valor, o servidor
pagaria um extra mensalmente
durante o tempo de serviço -sistema similar ao da previdência
privada.
Segundo Palocci, a proposta deverá gerar polêmica com os servidores, mas seria a única forma de
conter uma sangria no Orçamento da União. O petista afirmou
que a decisão de incluir a proposta no programa de governo foi
longamente discutida dentro do
partido, em razão de ser uma medida impopular.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Previdência, o presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) encaminhou ao Congresso, no final de
2001, um projeto de lei complementar prevendo a medida. O
projeto ainda está em análise.
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