São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Partido, coligado com o ex-prefeito em SP, pretende usar Alencar como arma contra Alckmin (PSDB)

PL quer vice de Lula no palanque de Maluf

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O PL pretende colocar sua principal liderança nacional, o senador José Alencar (MG), vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ajudar a campanha de Paulo Maluf (PPB) em São Paulo, a persistir o cenário de polarização do ex-prefeito com o PSDB. Apesar de aliados ao petista na esfera federal, os liberais estão coligados com Maluf no Estado.
Já há um entendimento preliminar entre a direção do partido e o senador de que, em algum momento da campanha, Alencar será chamado a dar apoio formal ao ex-prefeito -possivelmente até mesmo participando de atividades de campanha.
Este momento seria o período final da campanha (final de agosto ou setembro), quando, acredita o PL, estará mais caracterizada a polarização entre Maluf e o governador, Geraldo Alckmin (PSDB).
Caso a polarização não esteja evidente no primeiro turno, apenas no segundo, Alencar será, então, um trunfo para a etapa final. De acordo com o Datafolha, Maluf tem 43%, contra 25% do tucano. José Genoino (PT) tem 9%.
"Quando estiver caracterizada mais claramente a polarização, que se dará provavelmente entre Maluf e Alckmin, o senador Alencar será chamado pelo partido para dar sua contribuição [ao pepebista"", disse Tarcísio Tadeu, secretário-geral do PL-SP.
Segundo ele, o assunto já foi debatido rapidamente pela direção do partido com o senador na convenção nacional do PL, que ocorreu em Brasília em 23 de junho.
"Não há problema por parte do senador, homem de partido. Nem haverá por parte dos petistas, tenho certeza, já que isso ajudaria a dar votos ao Lula entre o eleitorado malufista", declarou Tadeu.
Pelo fato de muitos eleitores fazerem a ligação Maluf-Lula, uma participação de Alencar na campanha do ex-prefeito não deve enfrentar oposição frontal da direção nacional petista, segundo a Folha apurou. Entre o comando de campanha de Genoino, no entanto, haveria resistência.
De acordo com o dirigente do PL, o "chamado" para que Alencar participe da campanha de Maluf não ocorrerá agora por dois motivos. Em primeiro lugar, porque a prioridade é que o senador agora se dedique a viajar com Lula pelo país.
Também porque o PL não considera impossível que o próprio Genoino passe o segundo turno, apesar de ser um cenário visto como pouco provável. "Vamos esperar um pouco", disse Tadeu.
No último sábado, Alencar, questionado se subiria no palanque de Maluf, desconversou: "Meus palanques são os do Lula." No mesmo dia, em São Paulo, ele pediu voto para Genoino, apesar da coligação com Maluf.
"Não há problema para nós que isso ocorra, já que há um traço comum entre Genoino e Maluf: o fato de serem palanques de Lula no Estado", declarou.
Ontem, Maluf afirmou que gostaria de ter o senador mineiro em seu palanque. "Se José Alencar quiser [subir no meu palanque", com toda a alegria. Todos podem subir no meu palanque", disse.

Pesquisa
Genoino se disse ontem satisfeito com a pesquisa Datafolha. "Estou subindo residualmente e, à medida que ficar mais conhecido, vou subir a galope", declarou.
Já Alckmin considerou que, até agora, na disputa eleitoral, era "só treino". "Treino é treino, jogo é jogo", declarou.


Colaborou a Reportagem Local


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