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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Partido, coligado com o ex-prefeito em SP, pretende usar Alencar como arma contra Alckmin (PSDB)
PL quer vice de Lula no palanque de Maluf
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O PL pretende colocar sua principal liderança nacional, o senador José Alencar (MG), vice de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ajudar a campanha de Paulo
Maluf (PPB) em São Paulo, a persistir o cenário de polarização do
ex-prefeito com o PSDB. Apesar
de aliados ao petista na esfera federal, os liberais estão coligados
com Maluf no Estado.
Já há um entendimento preliminar entre a direção do partido e o
senador de que, em algum momento da campanha, Alencar será chamado a dar apoio formal ao
ex-prefeito -possivelmente até
mesmo participando de atividades de campanha.
Este momento seria o período
final da campanha (final de agosto ou setembro), quando, acredita
o PL, estará mais caracterizada a
polarização entre Maluf e o governador, Geraldo Alckmin (PSDB).
Caso a polarização não esteja
evidente no primeiro turno, apenas no segundo, Alencar será, então, um trunfo para a etapa final.
De acordo com o Datafolha, Maluf tem 43%, contra 25% do tucano. José Genoino (PT) tem 9%.
"Quando estiver caracterizada
mais claramente a polarização,
que se dará provavelmente entre
Maluf e Alckmin, o senador Alencar será chamado pelo partido para dar sua contribuição [ao pepebista"", disse Tarcísio Tadeu, secretário-geral do PL-SP.
Segundo ele, o assunto já foi debatido rapidamente pela direção
do partido com o senador na convenção nacional do PL, que ocorreu em Brasília em 23 de junho.
"Não há problema por parte do
senador, homem de partido. Nem
haverá por parte dos petistas, tenho certeza, já que isso ajudaria a
dar votos ao Lula entre o eleitorado malufista", declarou Tadeu.
Pelo fato de muitos eleitores fazerem a ligação Maluf-Lula, uma
participação de Alencar na campanha do ex-prefeito não deve enfrentar oposição frontal da direção nacional petista, segundo a
Folha apurou. Entre o comando
de campanha de Genoino, no entanto, haveria resistência.
De acordo com o dirigente do
PL, o "chamado" para que Alencar participe da campanha de Maluf não ocorrerá agora por dois
motivos. Em primeiro lugar, porque a prioridade é que o senador
agora se dedique a viajar com Lula pelo país.
Também porque o PL não considera impossível que o próprio
Genoino passe o segundo turno,
apesar de ser um cenário visto como pouco provável. "Vamos esperar um pouco", disse Tadeu.
No último sábado, Alencar,
questionado se subiria no palanque de Maluf, desconversou:
"Meus palanques são os do Lula."
No mesmo dia, em São Paulo, ele
pediu voto para Genoino, apesar
da coligação com Maluf.
"Não há problema para nós que
isso ocorra, já que há um traço comum entre Genoino e Maluf: o fato de serem palanques de Lula no
Estado", declarou.
Ontem, Maluf afirmou que gostaria de ter o senador mineiro em
seu palanque. "Se José Alencar
quiser [subir no meu palanque",
com toda a alegria. Todos podem
subir no meu palanque", disse.
Pesquisa
Genoino se disse ontem satisfeito com a pesquisa Datafolha. "Estou subindo residualmente e, à
medida que ficar mais conhecido,
vou subir a galope", declarou.
Já Alckmin considerou que, até
agora, na disputa eleitoral, era "só
treino". "Treino é treino, jogo é
jogo", declarou.
Colaborou a Reportagem Local
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