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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Para Mercadante, São Paulo vive "barbárie" na segurança
Candidato do PT traçou plano para o setor com a ajuda da PF e do ministro da Justiça
Petista elogia o governador Cláudio Lembo (PFL) por negociar a questão com o governo federal e diz que pefelista "herdou essa crise"
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, afirma que a
gravidade da crise de segurança
pública no Estado exige ações
emergenciais e que a melhor
saída é invocar a Lei de Execuções Penais. Segundo ele, o Estado não pode oscilar entre "a
barbárie extrema das organizações criminosas" -referindo-se aos assassinatos em série de
agentes penitenciários nas últimas semanas- e a proliferação
de verdadeiros "campos de
concentração" para presos.
Mercadante afirma que, se
eleito, a prioridade será restabelecer as "condições mínimas
de sobrevivência nos presídios". "Caso contrário, as organizações criminosas, cada vez
mais, vão se impor", disse. Entre essas ações, ele cita a distribuição de remédios e alimentação decente nos presídios.
Além disso, o candidato defende que sejam definidas regras para que familiares possam levar roupas aos presos.
Segundo ele, esse conjunto de
ações minimizaria a tensão.
O candidato diz considerar
que também é obrigação do Estado dar suporte aos agentes
penitenciários. "Se esse processo se aprofundar, vão começar
os assassinatos entre presos,
para chamar a atenção das autoridades. Começarão a matar
e continuarão atacando os
agentes penitenciários."
Na segunda-feira, será publicada portaria federal regulamentando o porte de armas para agentes fora do horário de
trabalho. Mercadante passou
os últimos dias negociando essa concessão com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos. O ministro e assessores dele auxiliam Mercadante na elaboração
do programa para a segurança.
Outra medida emergencial,
cita o candidato, seria a triagem
dos detentos nos presídios. "Os
presos devem ser separados
por grau de periculosidade."
Poupança
Além das ações emergenciais, Mercadante propõe que
todos os presídios sejam industriais, com cursos profissionalizantes, e a formação de poupança para os detentos. A legislação prevê que, a cada três dias
trabalhados no presídio, a pena
diminui em um dia. A poupança seria sacada após a pena, para ajudar na ressocialização.
Questionado se falta iniciativa ao governador Cláudio Lembo (PFL) para enfrentar as últimas ações do PCC, Mercadante
evitou polêmica: "Ele herdou
essa crise. Houve total desencontro e falta de coordenação e
consistência entre as políticas
prisional e de segurança pública". Ele elogiou Lembo por negociar com o governo federal.
Contribuições na internet
Ontem, após caminhada na
Capela do Socorro (zona sul de
São Paulo), Mercadante prometeu colocar na internet, pelo
menos uma vez por mês, as
contribuições e as despesas de
campanha durante a disputa.
Na região, com cerca de 400
mil eleitores, ele deu autógrafos em bandeiras do PT e ouviu
elogios e críticas ao partido.
Indagado se revelará os nomes dos doadores, respondeu:
"Do meu ponto de vista, não
tem nenhum problema, com
total transparência. Espero que
os outros façam isso".
Ele disse que recebeu promessas de várias empresas,
mas nenhuma doação ainda.
(MALU DELGADO E RUBENS VALENTE)
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