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Caso mensalão está na origem de investigação
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O escândalo do mensalão está na origem da investigação que culminou
na Operação Satiagraha,
mas os grupos desarticulados ontem, segundo a PF,
nada têm a ver com a engenharia montada pelo PT
para o pagamento de mesadas a integrantes do partido e da base aliada.
Apesar de partir de supostas fontes financiadoras do mensalão, as investigações tomaram o rumo
da guerra travada pelas teles e da atuação de doleiros
encarregados de lavar dinheiro de corrupção.
Ainda assim, quatro
pessoas que tiveram prisão decretada ontem estão
intimamente ligadas às investigações do valerioduto
e são citadas no relatório
final da CPI dos Correios,
que investigou o caso. Entre elas, está o banqueiro
Daniel Dantas, dono do
Opportunity. Apontado
como um dos financiadores do esquema de pagamentos a aliados do governo descoberto em 2005,
ele agora é acusado de ser
"comandante da organização criminosa" alvo da
Operação Satiagraha.
Os outros são Carlos Rodenburg, ex-cunhado de
Dantas e dirigente do Opportunity; Humberto
Braz, ex-presidente da
Brasil Telecom Participações; e Lúcio Bolonha Funaro, operador do mercado financeiro, recorrente
em investigações.
Funaro é o elo entre as
apurações do mensalão e
as da Satiagraha, afirmaram agentes da PF. Ele é
acusado de ser o dono "de
fato" de corretoras de valores registradas no nome
de laranjas e usadas para
lavar dinheiro e enviar
quantias ao exterior.
Uma delas, a Garanhuns
Participações e Empreendimentos, é acusada de ser
usada pelo empresário
Marcos Valério, operador
confesso do mensalão, para repassar cerca de R$ 10
milhões ao PL (atual PR),
partido da base do governo
Lula. A denúncia faz parte
do relatório final da CPI.
Mas a Satiagraha nasceu
de dados obtidos pela CPI
de que as empresas Telemig Celular e Amazônia
Celular, controladas à
época pelo Opportunity,
injetaram recursos nas
agências de publicidade
DNA e SMPB, de Valério.
Segundo relatório da comissão, as teles eram controladas pelo Opportunity
Fund, com sede no paraíso
fiscal das ilhas Cayman,
acusado de movimentar
dinheiro ilegalmente no
exterior. Telemig e Amazônia Celular pagaram às
agências de Valério R$ 152
milhões, de 2000 a 2005,
sendo um dos principais
clientes do empresário.
Segundo a CPI, serviços
de publicidade que deveriam ser prestados pela
DNA e pela SMPB não foram comprovados.
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