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Fama do megainvestidor Nahas vem de atuação controversa no mercado de ações
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O megainvestidor Naji Robert Nahas, 62, libanês criado
no Egito e naturalizado brasileiro, orgulha-se de ter construído ao longo dos anos um
patrimônio que é impossível
avaliar em números: uma rede
global de influência que vai do
ex-presidente dos EUA Bill
Clinton ao rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz al
Saud, passando pelo empresário italiano Marco Tronchetti
Provera, presidente da Pirelli.
Costurando todos esses relacionamentos, Nahas cresceu e
prosperou como empresário
-a sua holding, a Selecta, controlava 27 negócios em áreas
tão distintas como a de óleos
comestíveis, a de construção civil e a de seguros.
Mas foi pela controversa
atuação no mercado financeiro
que ele ficou conhecido. Em
1989, atribuíram a Nahas a criação de um esquema de especulação que levou à quebra da
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. De acordo com a acusação, ele comprava ações com
dinheiro emprestado, vendia a
si mesmo operando com corretoras laranjas e, dessa forma,
fazia subir artificialmente os
preços das ações. Quando, em
meados daquele ano, os bancos
passaram a lhe recusar crédito,
o investidor deu um cheque
sem fundo para honrar as transações e foi à lona, carregando
consigo seis corretoras. Estima-se que o prejuízo tenha alcançado US$ 400 milhões.
Em 2004, Nahas, que chegou
a ser condenado a 24 anos de
prisão, foi inocentado pela Justiça. Na sua defesa, dizia que as
regras do mercado financeiro
mudaram repentinamente,
prejudicando-o. Não fosse isso,
teria se tornado o homem mais
rico da América Latina. Por danos morais e materiais, agora
ele está pedindo à BM&F Bovespa uma indenização de R$
10 bilhões.
Atualmente, se diz conselheiro de empresas. Teve participação fundamental no acordo
que pôs fim à disputa entre a
Brasil Telecom e a Telecom Itália, em 2002.
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