São Paulo, quarta-feira, 09 de julho de 2008

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Fama do megainvestidor Nahas vem de atuação controversa no mercado de ações

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O megainvestidor Naji Robert Nahas, 62, libanês criado no Egito e naturalizado brasileiro, orgulha-se de ter construído ao longo dos anos um patrimônio que é impossível avaliar em números: uma rede global de influência que vai do ex-presidente dos EUA Bill Clinton ao rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz al Saud, passando pelo empresário italiano Marco Tronchetti Provera, presidente da Pirelli.
Costurando todos esses relacionamentos, Nahas cresceu e prosperou como empresário -a sua holding, a Selecta, controlava 27 negócios em áreas tão distintas como a de óleos comestíveis, a de construção civil e a de seguros.
Mas foi pela controversa atuação no mercado financeiro que ele ficou conhecido. Em 1989, atribuíram a Nahas a criação de um esquema de especulação que levou à quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. De acordo com a acusação, ele comprava ações com dinheiro emprestado, vendia a si mesmo operando com corretoras laranjas e, dessa forma, fazia subir artificialmente os preços das ações. Quando, em meados daquele ano, os bancos passaram a lhe recusar crédito, o investidor deu um cheque sem fundo para honrar as transações e foi à lona, carregando consigo seis corretoras. Estima-se que o prejuízo tenha alcançado US$ 400 milhões.
Em 2004, Nahas, que chegou a ser condenado a 24 anos de prisão, foi inocentado pela Justiça. Na sua defesa, dizia que as regras do mercado financeiro mudaram repentinamente, prejudicando-o. Não fosse isso, teria se tornado o homem mais rico da América Latina. Por danos morais e materiais, agora ele está pedindo à BM&F Bovespa uma indenização de R$ 10 bilhões.
Atualmente, se diz conselheiro de empresas. Teve participação fundamental no acordo que pôs fim à disputa entre a Brasil Telecom e a Telecom Itália, em 2002.


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