São Paulo, quinta, 9 de julho de 1998

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MILITARES

Dinheiro irá inicialmente para compra de novos tanques
Exército vai gastar R$ 340 mi em reaparelhamento até 2000

RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília

O Exército vai gastar R$ 340 milhões para reaparelhar a Força nos próximos três anos. O valor e o prazo do gasto foram confirmados ontem pelo próprio ministro do Exército, Zenildo de Lucena.
"Parece muito, mas é apenas o necessário para manter o Exército atuando em nível operacional", disse o ministro. O valor equivale a mais de 26 mil carros populares.
Até o final deste ano, o Exército deve gastar cerca de R$ 100 milhões e a expectativa é fechar a compra de mais 40 tanques de fabricação alemã Leopard -87 desses aparelhos foram comprados em 97 por R$ 15 milhões.
Os editais de licitação para as compras deste ano devem ser divulgados ainda este mês. Segundo o ministro, a quantidade de tanques e outros equipamentos depende dos valores apresentados pelas empresas que farão as ofertas de venda.
Os R$ 340 milhões para gastar até o ano 2000 fazem parte de uma autorização aprovada pelo Congresso, em novembro do ano passado, no valor total de R$ 613 milhões.
O Banco do Brasil é o agente bancário encarregado de contratar os financiamentos no exterior e todo o dinheiro deve ser gasto, em uma década, no programa de reaparelhamento do Exército.
'"Esse programa tem três vertentes: reaparelhar, organizar e preparar a Força. Todos os investimentos são para manter o Exército com o mínimo de atualização e os financiamentos só poderão ser contratados na medida em que haja disponibilidade orçamentária", afirmou o Ccomsex (Centro de Comunicação Social do Exército).
O novo lote de tanques Leopard será usado para treinamento nos quartéis do Sul e Sudeste. São tanques de segunda mão, com entre 10 e 20 anos de uso.
O lote do ano passado era de origem belga e fazia parte do estoque de armas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar ocidental).
É provável que o Exército volte a comprar na Bélgica. "Pretendemos comprá-los ainda este ano", disse o ministro Zenildo.
A compra dos tanques faz parte de um programa de substituição dos velhos M-41, de fabricação norte-americana e usados na guerra da Coréia (50-53).
Além de tanques, o Exército quer comprar 300 canhões de vários calibres, uma dúzia de baterias antiaéreas Astros, uma bateria de lançadores de mísseis, helicópteros, simuladores de treinamento, equipamentos de combate a incêndios e estações de comunicação via satélite.
Além dos tradicionais fornecedores europeus, como Reino Unido e França, e dos norte-americanos e russos que disputam as maiores fatias do mercado de material bélico, países como Espanha, África do Sul e Israel são cada vez mais ativos nos contatos com as Forças Armadas brasileiras para a oferta de produtos.
Esse vendedores estarão presentes na próxima Latin America Defencetech, prevista para o Rio, em abril do ano que vem.



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