São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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PAINEL


Hora da conta
Vários dos signatários do "Manifesto à Nação" em desagravo a FHC na semana passada estão se dizendo traídos pela maneira com que a reforma tributária foi enterrada pela enésima vez pelo governo. Numa roda de empresários, FHC foi chamado de "frouxo"; noutra, dizia-se que o presidente "perdeu o bonde da história".

Imimigo de ocasião
As viúvas da reforma tributária elegeram Everardo Maciel (Receita) como seu maior adversário. Para não fechar de vez as portas com o chefe dele.

Não tem ajuda, não
Na contramão do corporativismo, o Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) rejeitou ontem proposta para que a entidade publicasse moção de apoio ao ministro Marco Aurélio Mello (STF), que tem sido criticado por seus votos polêmicos, como o de mandar soltar o banqueiro Salvatore Cacciola. Por 18 votos a 8.

Falando sozinho
A decisão da OAB constitui uma derrota do presidente da entidade em São Paulo, Rubens Approbato Machado, que, no dia anterior, considerara "vulgar e preconceituosa" a crítica aos votos de Mello. Machado ainda sonha em substituir Reginaldo de Castro na OAB federal.

Toalha no chão
Depois de uma articulação entre a oposição e integrantes do Ministério Público, Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu ontem a José Jorge (PFL-PE), relator da subcomissão do Senado que investiga EJ, que os procuradores encarregados do caso em Brasília não sejam ouvidos agora, como previsto. Temem que eles não tenham muito a apresentar.

Olho vivo
FHC foi ontem à noite ao HFA (Hospital das Forças Armadas) fazer exame nos olhos. Um auxiliar não resistiu à piada: "É para que ele veja o que assina".

Revanchismo tucano
Líder de FHC no Congresso, Arthur Virgílio (PSDB-AM) vasculhou arquivos atrás do registro de filiação ao PT de Luiz Francisco de Souza, procurador da República desde junho de 95. Descobriu que ele se filiou em abril de 89 e se desligou em abril de 98. "Será que ele considera ético esse período de quase três anos de dupla militância?".


Paulada no ar
Não vêm da "esquerda burra", mas do novo site www.primeiraleitura.com.br, que tem como um dos sócios o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, as críticas que hoje mais incomodam o Planalto. Entre outras, Mendonção prega, sem nenhum eufemismo, que Malan (Fazenda) seja aposentado e Armínio Fraga (BC) assuma o comando da política econômica.

Pelada econômica
Malan e Tápias (Desenvolvimento), que ocupa hoje a pasta pensada originalmente para Mendonção, são as maiores vítimas do site do ex-ministro. De Malan se diz que ele é mais um "beque de fazenda" por "chutar para o mato a bola do crescimento toda vez que ela pinga na área". De Tápias, que FHC deveria baixar uma portaria proibindo-o de "falar besteiras".

Arco e flecha
Em reunião ontem com empresários do setor de hotelaria, Mário Covas disse que São Paulo é uma cidade "muito grande para ser governada por gente tão pequena", numa clara alusão Paulo Maluf. É ensaio de campanha. Alckmin centrará fogo no pepebista para tentar desatolar sua candidatura.

Maquiagem nova
O marqueteiro de Luiza Erundina (PSB), Chico Malftani, cancelou, depois de desentendimentos, o contrato com a produtora Tape House. Colocou no lugar a Assessoria de Produção, empresa com quem trabalhou na campanha de Francisco Rossi ao governo de SP, em 98.

Visita à Folha
Mauro Salles, presidente da Interamericana Ltda. - Engenharia e Negócios, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do senador Amir Lando (PMDB-RO), sobre as contradições do depoimento de EJ:
- Eduardo Jorge vestiu um terno muito curto. As canelas das mentiras já estão à vista.

CONTRAPONTO

Terceira via
Nas eleições disputadas em Sergipe, o PT sempre tentou mostrar aos eleitores que é uma alternativa a duas oligarquias que dominariam o Estado, a da cana de açúcar e a do cimento.
Nas eleições de outubro próximo, não será diferente. Semana passada, Marcelo Déda, candidato em Aracaju, reuniu os marqueteiros para discutir a melhor maneira de o PT se apresentar ao eleitorado como uma opção às duas ditas oligarquias.
A discussão corria solta quando o candidato a vice-prefeito, Edvaldo Nogueira (PC do B), pediu a palavra:
- O problema todo é que podemos ser acusados de constituir uma terceira oligarquia...
Surpreso, Déda perguntou:
- Como assim?!
E Edvaldo, depois de mostrar que membros de uma mesma família eram encarregadas das imagens da campanha:
- É a oligarquia da câmera!


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