São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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MST promete onda de invasão de terras no país

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O MST deve promover uma onda de invasões de terras no país a partir da próxima semana, em resposta ao que os líderes chamam de ofensiva do governo para "satanizar" o movimento.
Segundo Gilberto Portes, da direção nacional, a multiplicação das invasões é "a lição de casa" que os 10.538 delegados presentes no 4º Congresso Nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Brasília, vão levar para seus Estados. O congresso termina na sexta-feira.
A idéia é pressionar o governo para desapropriar terras imediatamente a fim de assentar as 150 mil famílias que estão em 500 acampamentos espalhados pelo Brasil. Para ser bem-sucedido, o MST planeja buscar reforço humano nas cidades.
"Em São Paulo, já montamos um acampamento só com moradores desempregados da periferia que têm na volta à roça uma alternativa para retomar sua dignidade", disse Portes.
Gilmar Mauro, da direção nacional, afirmou ontem que o governo Fernando Henrique Cardoso está tentando incriminar o MST, vinculando o movimento às duas questões que mais indignam a sociedade brasileira atualmente: a violência e a corrupção.
"Querem passar para a sociedade um estigma de que o MST é violento e que desvia recursos públicos para manter sua luta. Isso é uma mentira, uma safadeza", disse Mauro, referindo-se ao resultado de uma auditoria feita pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em cooperativas ligadas ao MST.
Os líderes dos sem-terra afirmam que as cooperativas cobram uma taxa dos assentados pela prestação de serviços. Segundo eles, o valor da taxa varia em cada Estado, mas é bem menor que a taxa bancária.



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