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CASO BANESTADO
Líder do governo insinua que membros de CPI vazaram dados sigilosos
Mercadante vê divulgação "covarde"
ANDREA MICHAEL
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que vai exigir uma investigação
completa sobre os vazamentos de
dados sigilosos de pessoas investigadas pela CPI do Banestado.
Afirmou que a divulgação das
informações tem sido feita de maneira "covarde" e "irresponsável"
e que os responsáveis pelos vazamentos "não têm coragem" de
exercer seus mandatos com "seriedade", insinuando que são parlamentares integrantes da comissão de inquérito.
"O que nós estamos vendo é o
uso claramente político-eleitoral
[das informações vazadas], se é
que não existem outros interesses
nesses episódios que não devem
ser descartados. Temos que exigir
uma investigação completa, saber
quem foram os responsáveis por
esse tipo de atitude", afirmou.
Ele se referia não só aos dados
de banqueiros e executivos do
mercado financeiro que tiveram
seu sigilo fiscal quebrado pela
CPI, mas sobretudo aos dos presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e do Banco do Brasil, Cássio Casseb -alvos de uma
série de denúncias nas últimas semanas de supostas irregularidades em operações financeiras.
"Esse episódio mostra que há
uma intenção político-eleitoral
absolutamente covarde e irresponsável de gente que não assume o que está fazendo, que se esconde, que não tem coragem de
exercer o mandato com seriedade, que apresenta denúncias sem
que tenham sido apuradas."
Ele disse que já nesta semana terá uma reunião com os líderes no
Congresso para definir como serão feitas as investigações para
apurar os vazamentos. Questionado se os responsáveis pela divulgação das informações seriam
da oposição ao governo, disse
que, como não faz acusação sem
prova, vai exigir que seja feita rigorosa investigação do caso.
Reunião
Está prevista para amanhã à tarde a próxima reunião da CPI do
Banestado. Os pefelistas que integram a comissão se reúnem hoje
para discutir a posição do partido.
Na análise do senador Heráclito
Fortes (PFL-PI), o pedido coletivo
de quebra de 95 sigilos fiscais, sem
a apresentação de indícios de que
os alvos cometeram alguma irregularidade, é inconstitucional.
Os integrantes da comissão devem apreciar 52 requerimentos. A
apreciação de 40 deles foi suspensa em diferentes ocasiões, a pedido do relator, José Mentor (PT-SP), sob o argumento de que precisava de mais tempo para melhor
apreciar os pedidos apresentados
pelos membros da CPI.
Será votada, por exemplo, a
convocação para depoimento do
ex-prefeito Paulo Maluf (PP),
proposta desde o ano passado. Ele
é investigado pelo Ministério Público sob a suspeita de desvio de
verba pública e evasão de divisas.
OAB
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, criticou ontem um possível excesso da CPI do Banestado
na quebra de sigilo fiscal.
Apesar de defender liberdade
total de ação para as CPIs, Busato
disse que, "para ter respeito da
população, para que tenha dignidade, [uma CPI] tem de usar a autorização dada pela Justiça para
quebra do sigilo só quando existir
um forte indício contra aquele
que está sendo investigado".
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