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CAMPO MINADO
Magistrada diz que motivo é não-cumprimento de reintegração de posse de área que pertence ao reverendo Moon
Juíza deve liberar segurança privada em ação em MS
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Justiça de Mato Grosso do Sul
deve autorizar o uso de seguranças particulares para desocupar a
fazenda Aruanã, invadida por 250
famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em
maio de 2003, em Bonito (MS).
"A decisão [de reintegração de
posse] está há mais de um ano
sem ser cumprida porque não
vem o reforço policial", disse a
juíza estadual Luciane Buriasco
de Oliveira Mello, 28.
A fazenda, de 1.400 hectares,
pertence à Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, entidade religiosa criada no
Brasil pelo reverendo coreano
Sun Myung Moon, 84.
"Eu disse que, se ele [o advogado de Moon] fizer o pedido, eu
autorizo [o uso de seguranças].
Não tem problema nenhum."
O advogado David Moura Olindo, 46, informou que serão contratados 150 homens de uma empresa de segurança de São Paulo.
Ele não tinha escolhido qual. "Até
quarta-feira no máximo os seguranças vão fazer a desocupação."
Após Mello informar ao advogado que autorizaria o uso de seguranças particulares, o secretário estadual da Segurança Pública,
Antônio Braga, mandou cem policiais militares para retirar os
sem-terra da área ainda hoje.
"O despejo não foi realizado antes porque havia expectativa de
que a área pudesse ser desapropriada pelo governo federal", justificou o secretário. Segundo a juíza, o uso de uma empresa de segurança foi idéia do advogado.
Mello disse que o Tribunal de
Justiça do Estado aceitou pedido
de intervenção federal no Estado
porque o governo não cumpriu a
liminar de reintegração de posse.
A intervenção será julgada no dia
18. Em agosto de 2003, o TJ aceitou pedido de intervenção, pois o
governo não retirou sem-terra de
área em Nova Alvorada do Sul.
Na sexta, sem-terra e um grupo
de 72 homens "arregimentados"
pelo advogado da associação quase entraram em confronto na fazenda de Moon. Braga disse que
mandou policiais para impedir
confronto, o que foi confirmado
por Olindo. A Agência Folha não
conseguiu falar com o MST.
Em Santa Catarina, cerca de 50
famílias ligadas ao MST invadiram área da indústria Chapecó. A
Polícia Militar não havia recebido
comunicado para cumprir reintegração de posse até ontem. A reportagem não localizou os responsáveis pela indústria.
Colaborou ADRIANA CHAVES, da Agência Folha
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