São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Boxeador diz que fugiu porque engordou

Em entrevista, Rigondeaux afirma que está arrependido e que nem ele, nem Lara, pretendiam desertar

DA REDAÇÃO

O pugilista cubano Guilhermo Rigondeaux, 26, deportado do Brasil na noite de sábado depois de desaparecer da Vila do Pan, no Rio, afirmou ontem que não desertou, mas que foi indisciplinado. Ele deu nova versão para o "desaparecimento".
Segundo Rigondeaux, bi-campeão mundial e olímpico até 54 kg, ele e Erislandy Lara, 24, campeão mundial até 69 kg, saíram da Vila sem autorização depois de terem notado que tinham engordado e não poderiam lutar. "Não me apresentei a pesagem porque não havia tempo para perder peso, estava acima do peso e seria desclassificado", explicou Rigondeaux.
Nos dia 3 e 4, em depoimento à Polícia Federal, os dois cubanos afirmaram que saíram da vila para comprar um videogame e que teriam encontrado dois homens que os teriam dopado e os mantidos presos.
Segundo o boxeador, depois de perderem a pesagem, os dois pugilistas decidiram acompanhar dois empresários. "Nós fomos com eles porque tínhamos perdido a pesagem e estavamos com medo de regressar." Mas depois de um tempo, ele e Lara viram "que estavam errados e resolveram voltar a Cuba".
Ao chegarem em Cuba no domingo, os dois lutadores foram levados a uma casa do governo, em Havana, onde ficaram sob vigilância até a manhã de ontem, quando foram autorizados a retornarem para seus endereços. Rigondeaux mora em um apartamento em Havana, com a mulher e dois filhos, e Lara em Guantánamo.
O boxeador disse que durante a permanência na casa prestaram depoimentos para funcionários do governo, e que foram "bastantes pressionados". "Saímos da Villa sem autorização, cometemos uma grande indisciplina e estamos dispostos a assumir o que seja."
Considerado o melhor boxeador cubano do momento, Rigondeaux disse que "espera orientações das autoridades" para definir seu futuro e admite que não sabe se poderá voltar a boxear. "Estamos esperando ver o que vai acontecer."
Rigondeaux continua recebendo o salário de 650 pesos cubanos (por volta de R$ 50), mantém o seu apartamento, propriedade do governo, e o carro, que tinha sido retirado depois do seu desparecimento, foi devolvido. Para celebrar a volta, a família de Rigondeaux fez uma festa, ontem à noite, em que prepararam um leitão.


Com agências internacionais


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