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Boxeador diz que fugiu porque engordou
Em entrevista, Rigondeaux afirma que está arrependido e que nem ele, nem Lara, pretendiam desertar
DA REDAÇÃO
O pugilista cubano Guilhermo Rigondeaux, 26, deportado
do Brasil na noite de sábado depois de desaparecer da Vila do
Pan, no Rio, afirmou ontem que
não desertou, mas que foi indisciplinado. Ele deu nova versão
para o "desaparecimento".
Segundo Rigondeaux, bi-campeão mundial e olímpico
até 54 kg, ele e Erislandy Lara,
24, campeão mundial até 69 kg,
saíram da Vila sem autorização
depois de terem notado que tinham engordado e não poderiam lutar. "Não me apresentei
a pesagem porque não havia
tempo para perder peso, estava
acima do peso e seria desclassificado", explicou Rigondeaux.
Nos dia 3 e 4, em depoimento
à Polícia Federal, os dois cubanos afirmaram que saíram da
vila para comprar um videogame e que teriam encontrado
dois homens que os teriam dopado e os mantidos presos.
Segundo o boxeador, depois
de perderem a pesagem, os dois
pugilistas decidiram acompanhar dois empresários. "Nós fomos com eles porque tínhamos
perdido a pesagem e estavamos
com medo de regressar." Mas
depois de um tempo, ele e Lara
viram "que estavam errados e
resolveram voltar a Cuba".
Ao chegarem em Cuba no domingo, os dois lutadores foram
levados a uma casa do governo,
em Havana, onde ficaram sob
vigilância até a manhã de ontem, quando foram autorizados
a retornarem para seus endereços. Rigondeaux mora em um
apartamento em Havana, com
a mulher e dois filhos, e Lara
em Guantánamo.
O boxeador disse que durante a permanência na casa prestaram depoimentos para funcionários do governo, e que foram "bastantes pressionados".
"Saímos da Villa sem autorização, cometemos uma grande
indisciplina e estamos dispostos a assumir o que seja."
Considerado o melhor boxeador cubano do momento,
Rigondeaux disse que "espera
orientações das autoridades"
para definir seu futuro e admite
que não sabe se poderá voltar a
boxear. "Estamos esperando
ver o que vai acontecer."
Rigondeaux continua recebendo o salário de 650 pesos
cubanos (por volta de R$ 50),
mantém o seu apartamento,
propriedade do governo, e o
carro, que tinha sido retirado
depois do seu desparecimento,
foi devolvido. Para celebrar a
volta, a família de Rigondeaux
fez uma festa, ontem à noite,
em que prepararam um leitão.
Com agências internacionais
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