DA REDAÇÃO

Depois de garantir em artigo do dia 4, no jornal cubano "Granma", que os pugilistas Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que desertaram durante o Pan do Rio e foram deportados na noite de sábado, não sofreriam nenhum tipo de punição, o ditador de Cuba, Fidel Castro, em novo artigo, afirmou que os dois estão fora da Olimpíadas de Pequim, no próximo ano, e não voltarão a representar o país. "Chegaram ao ponto [os dois boxeadores] em que deixarão de fazer parte da delegação cubana nesse esporte", escreveu.
"O atleta que abandona sua delegação é como um soldado que abandona seus companheiros em meio do combate. Cuba possui muitos bons esportistas, porém não os roubou a ninguém", ressaltou.
Fidel ameaçou também não enviar delegação para o Mundial de Boxe, que acontece em Chicago, em outubro, e será seletiva para os Jogos Olímpicos. "Imaginem os tubarões da máfia procurando carne fresca. Algo devemos advertir: não estamos ansiosos de fazer entregas ao domicílio. (...). As autoridades esportivas examinam todas as variantes possíveis, incluindo mudar a lista de boxeadores ou não enviar delegação nenhuma, apesar dos castigos que nos imponham."
O ditador cubano disse que não sentiu arrependimento verdadeiro nos pugilistas e usou esse argumento para decidir pela proibição deles participarem de equipes cubanas de boxe. "Um jornalista do "Granma", Miguel Hernández, ficou no aeroporto a sua espera e falou com eles sobre o tema. Ficou depois decepcionado com as respostas quando tentou escrever um artigo convincente da sinceridade dos pugilistas."
"Sou da opinião que a maior responsabilidade corresponde a Erislandy Lara, que era o capitão da equipe de boxe, que apesar disso não cumpre as normas e vai parar diretamente nas mãos dos mercenários. Ele tem 24 anos e é estudante universitário de educação física e esportes", escreveu Fidel, que dá a entender que os boxeadores foram influenciados pela conversa dos empresários europeus.
No artigo, Fidel faz questão de reproduzir notícias de agências internacionais em que os dois pugilistas cubanos são citados como tendo participado de festas com muita bebida e mulheres e afirma: "Imagino que os próprios pugilistas informaram sobre isto aos familiares adultos mais próximos". Rigondeaux é casado e pai de dois filhos.
Fidel aproveitou para criticar mudanças no boxe, afirmando que elas foram feitas para tirar medalhas da ilha caribenha. "Sabemos que, no boxe, o tamanho do ringue e das luvas foi alterado a fim de afetar nosso país, que tantas medalhas obtém nessa modalidade, com o objetivo de um dia incluir o boxe profissional nas Olimpíadas", afirmou.

NA INTERNET - Leia a íntegra do artigo de Fidel Castro www.folha.com.br/072203


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