São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo contratará motosserrista sem emprego

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal vai contratar carvoeiros e motosserristas desempregados pela Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, para ajudar no trabalho de prevenção e combate a queimadas ilegais na Amazônia.
São mil vagas de "brigadistas" em seis Estados da Amazônia Legal, com direito a contrato temporário de seis meses a partir de setembro, um salário mínimo mensal (R$ 415), alimentação e vale transporte.
Para escolher os 32 municípios nos quais haverá processo de seleção, o governo usou critérios como o orçamento disponível, o volume de desmatamento e de queimadas ilegais e a situação de desemprego.
"O objetivo não é apenas o de prevenir [incêndios ilegais], mas também o de fazer um trabalho social. A prioridade é que as pessoas estejam inseridas na região", afirma Elmo Monteiro, coordenador nacional do Prevfogo (Centro Especializado em Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), vinculado ao Ibama.
Um dos critérios de seleção é a aprovação no teste físico. Pessoas com problemas cardíacos, por exemplo, não podem atuar no combate a incêndios.
"É óbvio que essas pessoas [desempregadas] terão prioridade. A idéia é ampliá-la no ano que vem", completa Monteiro.
No início deste ano, a Polícia Federal desencadeou na região amazônica a Operação Arco de Fogo, com a aplicação de multas, fechamento de madeireiras e destruição de fornos de carvão. Em Tailândia (PA), por exemplo, houve levante por conta da operação. Tailândia é uma das 32 cidades escolhidas pelo governo federal para a contratação de brigadistas.
Em cada cidade será criada uma brigada temporária, com um gerente, seis brigadistas-chefes e 24 brigadistas para prevenção e combate a incêndios. Há R$ 13 milhões disponíveis para o novo programa.
Carvoeiros, motosserristas e demais selecionados irão passar por um período de treinamento antes de iniciar o trabalho. Como brigadista, eles terão de visitar propriedades rurais do município e orientar fazendeiros e funcionários sobre os riscos ambientais e de multas para esse tipo de queimada.
A partir deste mês, a preocupação do governo com os incêndios ilegais está em três Estados (Pará, Mato Grosso e Rondônia). As queimadas são permitidas, desde que ocorram de forma controlada e com autorização de órgãos ambientais. Dos municípios selecionados, dez estão em Mato Grosso e nove, no Estado do Pará.


Texto Anterior: Ambiente: Marina critica veto de Lula a artigo sobre ocupação da Amazônia
Próximo Texto: Legislativo: Efraim exonera filha de cargo em seu gabinete no Senado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.