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entrevista
"Fui a Mantega e reclamei de senador"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Lina Vieira afirmou que
procurou o ministro Guido Mantega, da Fazenda,
para dizer que não aceitava a forma como Aloizio
Mercadante havia falado
com ela sobre a Petrobras.
FOLHA - A sra. teve uma conversa dura com Aloizio Mercadante (PT-SP) e com outras
pessoas do governo sobre o caso da Petrobras. Como foram
essas discussões?
LINA VIEIRA - No final de
abril, fomos a uma reunião
no Senado. Os senadores
queriam entender por que
a arrecadação vinha caindo. Mostramos que se devia à queda industrial e a
algo que não acontecia,
que eram muitas compensações [tributárias]. O senador Tasso [Jereissati,
PSDB-CE] perguntou por
que o repasse da Cide para
os Estados estava tão pequeno. Um assessor meu
disse: "Houve compensações [na Cide] de R$ 4 bi e
não sei quanto". Tasso
perguntou: "De quem, foi a
Petrobras?" Eu disse que
não podíamos falar o nome do contribuinte. Dias
depois, o presidente da Petrobras foi lá e abriu, falou.
Nós não falamos nada.
FOLHA - Mas como foi a conversa com Mercadante?
LINA - No final de maio,
fomos ao Senado tratar de
questões sobre portos secos. Foi no gabinete do
Zambiasi [Sérgio, PTB-RS], lá estava Ideli [Salvatti, PT-SC]. Quando terminou, fomos a Mercadante,
pois ele também está envolvido nesse assunto. Foi
quando ele disse que eu tinha cometido um crime.
FOLHA - Onde foi a conversa?
LINA - Foi no gabinete dele. Em momento nenhum
da minha boca saiu essa
palavra [Petrobras].
FOLHA - A sra. tratou do tema
da Petrobras com Mantega?
LINA - Eu fui até ele e disse
que não aceitava a forma
como Mercadante havia
falado comigo. Disse que a
responsabilidade pela informação ter vindo a público não era nossa.
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