CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O deputado federal Cabo Júlio (PL) renunciou ontem a sua candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte (MG) e anunciou que vai apoiar a reeleição do atual prefeito, Célio de Castro (PSB).
O candidato a vice de sua chapa, Roberto Vital (PFL), acompanhou o apoio a Castro.
Cabo Júlio, ex-policial militar, disse que, nos próximos dias, vai se dedicar à campanha de cerca de 400 candidatos-policiais no interior do Estado.
O deputado disse que tomou essa decisão por falta de recursos para manter a campanha.
Afirmou que recebeu propostas financeiras para não desistir, sem citar quem fez as ofertas, mas recusou-as em nome de sua "independência".
A coligação que o apoiava era encabeçada pelo PL e formada pelo PFL, que indicou o vice, e por partidos pequenos.
Segundo o deputado, a campanha vinha sendo financiada por deputados federais da coligação, mas o dinheiro disponível era suficiente apenas para pagar as contas até ontem.
O ex-candidato não quis atribuir sua desistência ao partido coligado. "Essa chapa não é do PFL, que apenas indicou o vice", disse o ex-candidato.

PFL
O senador Francelino Pereira, vice-presidente nacional do PFL, disse que nunca houve compromisso financeiro do partido em troca do apoio.
Segundo o líder pefelista, agora, os candidatos a vereador do partido em Belo Horizonte foram liberados para apoiar o candidato a prefeito com o qual tivessem mais afinidade.
A campanha do Cabo Júlio demorou para chegar às ruas da capital mineira e seus correligionários apostavam no início do horário eleitoral gratuito, no qual a coligação tem o maior tempo, para que a candidatura deslanchasse, o que, no entanto, não aconteceu.
"Nós fomos os últimos a ter material de campanha. Fomos os últimos a ter outdoors. Fomos os últimos a ir para as ruas", afirmou Cabo Júlio.
Desde o início do levantamento de intenção de voto pela Datafolha, Cabo Júlio vinha se mantendo no terceiro ou quarto lugar na preferência do eleitorado, oscilando três pontos percentuais.
Os partidos da coligação que o apoiava não devem indicar outro candidato no prazo de dez dias, definido pela Lei Eleitoral.
A coligação tem o maior tempo no horário eleitoral gratuito na televisão, com um total de 20 minutos e 48 segundos diários.
A assessoria do TRE informou que o espaço da coligação destinado à eleição majoritária nos dois blocos diários será deixado em branco nos próximos dez dias e que, se não for indicada outra chapa, será dividido entre os demais candidatos.


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