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LAVOURA ARCAICA
Usineiro se defende
Ibase retira selo social de usina acusada em RJ
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O Grupo José Pessoa -produtor de açúcar e de álcool- perdeu
o direito de uso do Selo Balanço
Social/Betinho, por responder a
processo judicial por trabalho
análogo a escravo em Campos, no
norte fluminense.
O presidente do grupo, José
Pessoa de Queiroz Bisneto, liderou o comitê empresarial de
apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em
2002. Ele também é conselheiro
consultivo do Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social, instituição não-governamental que mobiliza empresas para
gerir seus negócios de forma socialmente responsável.
É a primeira vez que o Ibase
(Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômicas), fundado
pelo sociólogo Herbert de Souza,
toma tal decisão. Em nota, o instituto informou que a empresa não
poderá usar o selo até o julgamento do mérito da ação movida pelo
Ministério Público do Trabalho
contra a Usina Santa Cruz, uma
das sete do grupo. Cerca de 50
empresas têm o Selo Balanço Social/Betinho, que se baseia em indicadores sociais, econômicos e
financeiros. O selo não pode ser
usado por empresas que respondam a denúncia por trabalho escravo ou infantil. Inocentada, poderá pleiteá-lo de novo.
Em abril de 2003, o Ministério
do Trabalho recebeu denúncia de
que 500 trabalhadores, recrutados no Vale do Jequitinhonha
(MG), estariam vivendo em condição desumanas nas fazendas
que integram a Usina Santa Cruz.
A Delegacia Regional do Trabalho no Rio lavrou 37 autuações
contra a empresa, mas não constatou trabalho escravo. Em maio,
a fiscalização voltou à usina e rescindiu os contratos de 155 empregados, que queixavam-se de não
receber o salário prometido. Cada
trabalhador recebeu indenização
de R$ 756,00. Queiroz Bisneto disse que o Ibase não o ouviu: "Quero mostrar meu ponto de vista".
Ele sustenta que a usina tem relação trabalhista exemplar.
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