Presidente criticou oposição e, dizendo-se vítima de calúnia, voltou a se comparar a Getúlio e Juscelino

Ao falar sobre eventuais falhas, petista diz, em Santa Maria, que "talvez não tenha tratado a imprensa com o carinho que merece"

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTA MARIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, durante um comício em Santa Maria (RS), que seus adversários terão de "mudar o povo" para conseguir derrotá-lo.
"São pessoas [a oposição] que estão quase tendo a coragem, falta pouco para algumas pessoas dizerem que é preciso mudar o povo [para ganhar a eleição]", afirmou o presidente, ontem à noite.
Lula voltou a se comparar ao ex-presidente Getúlio Vargas, dizendo-se vítima de calúnia e infâmias. "Como é que o Lula sobreviveu a essa quantidade de calúnias e infâmias?", perguntou o presidente.
"Essas infâmias que levaram Getúlio Vargas a se matar, as mesmas que não queriam deixar Juscelino Kubitschek governar, as mesmas que tiraram João Goulart do governo", afirmou Lula.
Ele criticou seus adversários porque, segundo Lula, eles querem "determinar o que é bom para o povo, mas sem nunca ter conversado com o povo".
"Eles [a oposição] estavam acostumados a governar este país para 35 milhões de habitantes", afirmou o presidente, completando que o governo deve se preocupar com todos os 180 milhões de brasileiros.
"Eu sou mais que um presidente, sou uma pedra no sapato deles [da oposição]", afirmou.

Imprensa
Ao falar das realizações de seu governo, e de eventuais falhas que possa ter cometido, o presidente disse que "talvez não tenha sabido tratar a imprensa com o carinho que a imprensa merece".
"A imprensa brasileira, que é muito investigativa, poderia investigar para ver se alguém tratou os pobres como nosso governo tratou", finalizou o presidente.


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