JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Vinícius de Moraes (1913-1980) foi celebrado ontem como o mais novo embaixador brasileiro. A festa de promoção post mortem foi comemorada no Palácio do Itamaraty, onde também foi inaugurada uma ala com seu nome, que deverá ter espaço para a música brasileira.
Vinícius foi exonerado e aposentado compulsoriamente do Ministério das Relações Exteriores em 1969 pelo governo militar, quando era primeiro-secretário de embaixada. O Itamaraty também homenageou o cineasta Nelson Pereira dos Santos, por contribuição à cultura brasileira.
A ala Vinícius de Moraes foi aberta por quatro dos cinco filhos do compositor e pela embaixatriz Ana Maria Amorim.
Um dos mentores da ala, o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin afirmou que o retorno simbólico ao Itamaraty foi baseado "na promoção que ele deveria ter alcançado entre 1969 e 1980".
Filha mais velha de Vinícius, a cineasta Suzana de Moraes, 66, disse que o compositor "era um embaixador, de fato, da cultura brasileira no exterior". A psicanalista Georgiana de Moraes, 51, lembrou de quando teve de voltar de Londres, onde vivia, quando o pai foi exonerado. "Cortaram meu passaporte. Foi um choque".
Os filhos de Vinícius já haviam entrado na Justiça pedindo sua reintegração, mas o retorno foi um ato independente deste processo.


Texto Anterior: Heloísa afirma querer enfrentar Lula "na Justiça e nos debates"
Próximo Texto: Eleições 2006/Presidência: Lula adotou ética de Collor, diz Cristovam
Índice