São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008

Laranja do atual prefeito é a única candidata à sucessão municipal

Em Mato Grosso (PB), dez candidatos concorrem a nove vagas de vereador

EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A MATO GROSSO (PB)

Comum em qualquer parte do Brasil, a prática do "candidato laranja", aquele que age manipulado por terceiros, é, no entanto, normalmente negada por todos. Não em Mato Grosso, no sertão paraibano. Lá, a postulante única à prefeitura, funcionária do posto de saúde da cidade, é um fantoche assumido do atual prefeito, Claudeeide de Melo (DEM), conhecido como Claudio.
"Eu entrei [como candidata] para ajudar ele [prefeito]. É uma coisa em que eu não pensava", diz Katsonara Andrade Monteiro (DEM), 31, a Kaká.
Ela falou à Folha sob o olhar atento da primeira-dama mato-grossense, Valdelânia Oliveira, 44, candidata do DEM à prefeitura da vizinha Jericó, cidade da qual Mato Grosso foi desmembrada em 1994.
Ao responder à maioria das perguntas endereçadas a Kaká, a primeira-dama-candidata foi absolutamente clara sobre a situação eleitoral em Mato Grosso: "Surgiu a idéia de colocar a Kaká porque ela é minha cunhada e notei que o nome dela tinha aceitação. E também para o Claudio continuar no comando da administração."
Em seu segundo mandato, Claudio não aceita ficar fora do poder. Em 1996, na primeira eleição do município, um sobrinho dele foi candidato laranja, pois estava inelegível pelo fato de um irmão ser à época prefeito de Jericó. Em 2012, Claudio deve ser candidato.
Em Mato Grosso, houve disputa pela cadeira de prefeito apenas nas eleições de 1996 e 2000. Em 2004, Claudio foi reeleito numa candidatura única, assim como Kaká.
Entre Jericó e Mato Grosso são 13 km. No caminho, há pequenos povoados. No centro as ruas são de paralelepípedo, há uma praça e uma prefeitura vistosa. Não há agência bancária, posto de combustível nem sinal de telefone celular.
Na cidade há nove vagas para a Câmara Municipal, e dez candidatos, todos do DEM. A escolha exata de dez nomes foi uma opção calculada pelo prefeito -nove eleitos e um suplente.
Indagada sobre as prioridades de seu mandato, Kaká olha para a primeira-dama, sorri e diz, meio sem jeito: "Acho que é só continuar o trabalho".


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