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ELEIÇÕES 2008
Laranja do atual prefeito é a única candidata à sucessão municipal
Em Mato Grosso (PB), dez candidatos concorrem a nove vagas de vereador
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A MATO GROSSO (PB)
Comum em qualquer parte
do Brasil, a prática do "candidato laranja", aquele que age manipulado por terceiros, é, no
entanto, normalmente negada
por todos. Não em Mato Grosso, no sertão paraibano. Lá, a
postulante única à prefeitura,
funcionária do posto de saúde
da cidade, é um fantoche assumido do atual prefeito, Claudeeide de Melo (DEM), conhecido como Claudio.
"Eu entrei [como candidata]
para ajudar ele [prefeito]. É
uma coisa em que eu não pensava", diz Katsonara Andrade
Monteiro (DEM), 31, a Kaká.
Ela falou à Folha sob o olhar
atento da primeira-dama mato-grossense, Valdelânia Oliveira, 44, candidata do DEM à
prefeitura da vizinha Jericó, cidade da qual Mato Grosso foi
desmembrada em 1994.
Ao responder à maioria das
perguntas endereçadas a Kaká,
a primeira-dama-candidata foi
absolutamente clara sobre a situação eleitoral em Mato Grosso: "Surgiu a idéia de colocar a
Kaká porque ela é minha cunhada e notei que o nome dela
tinha aceitação. E também para o Claudio continuar no comando da administração."
Em seu segundo mandato,
Claudio não aceita ficar fora do
poder. Em 1996, na primeira
eleição do município, um sobrinho dele foi candidato laranja, pois estava inelegível pelo fato de um irmão ser à época
prefeito de Jericó. Em 2012,
Claudio deve ser candidato.
Em Mato Grosso, houve disputa pela cadeira de prefeito
apenas nas eleições de 1996 e
2000. Em 2004, Claudio foi
reeleito numa candidatura única, assim como Kaká.
Entre Jericó e Mato Grosso
são 13 km. No caminho, há pequenos povoados. No centro as
ruas são de paralelepípedo, há
uma praça e uma prefeitura
vistosa. Não há agência bancária, posto de combustível nem
sinal de telefone celular.
Na cidade há nove vagas para
a Câmara Municipal, e dez candidatos, todos do DEM. A escolha exata de dez nomes foi uma
opção calculada pelo prefeito
-nove eleitos e um suplente.
Indagada sobre as prioridades de seu mandato, Kaká olha
para a primeira-dama, sorri e
diz, meio sem jeito: "Acho que
é só continuar o trabalho".
NA INTERNET
http://campanhanoar.folha.blog.uol.com.br
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