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SEGUNDO TURNO
Apesar da determinação da sigla de se aliar ao petista, 7 diretórios regionais preferem o tucano e outros estão divididos
PSB se divide entre apoio a Lula e a Serra
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O PSB chega ao segundo turno
rachado. Mesmo com o apoio formal a Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), que deve ser anunciado
amanhã, depois da reunião da
Executiva Nacional do partido,
em Brasília, sete diretórios regionais ainda preferem José Serra
(PSDB). Segundo integrantes da
campanha de Anthony Garotinho, estão neste caso Goiás, Santa
Catarina, Paraíba, Espírito Santo,
Piauí, Amazonas e Mato Grosso.
Outros onze diretórios estão fechados com o PT: Bahia, Mato
Grosso do Sul, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Pará, Amapá, Tocantins, Acre, Alagoas e Distrito
Federal. Nos três maiores colégios
eleitorais do país (São Paulo, Minas Gerais e Rio), os socialistas estão rachados. Nos seis Estados
restantes, o partido ainda não tomou decisão.
Hoje no Rio o presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, se reunirá com o candidato derrotado
do partido a presidente e sua mulher, a governadora eleita Rosinha
Matheus, para discutir a posição
do partido no segundo turno.
O casal, principalmente Rosinha, tem se mostrado resistente a
subir no palanque de Lula, embora declare seguir a decisão do partido. A governadora eleita tem dito que não se sente muito à vontade em defender uma aliança com
Lula, principalmente por causa
do PT do Rio, que, segundo ela, é
"muito raivoso".
"Rosinha realmente tem dificuldade de apoiar o PT, até pela campanha eleitoral do Rio [disputada
contra a governadora Benedita da
Silva, do PT", que foi muito disputada. Mas isso é um processo que
vamos superar", afirmou o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, responsável pelas negociações
com o PT, ao lado de Arraes.
Garotinho, que no Rio teve no
primeiro turno o apoio formal do
PPB e, informalmente, do PL, tem
condicionado a aliança com Lula
ao abandono por parte do petista
de parcerias feitas com políticos
conservadores -cita o senador
José Sarney (PMDB-AP).
Prefeitos
Ele já anunciou a aliados no Rio
que não irá se opor aos prefeitos
que não seguirem a orientação do
partido de apoio a Lula. Dos 75
prefeitos que apoiaram Rosinha,
42 são do PSB, 22 do PPB e o restante de outros partidos. A maioria é contra o apoio ao PT.
"Muitos prefeitos ficaram com
ele [Garotinho", mas muitos têm
problemas com o PT nas cidades
onde governam. Ele tem falado
que não vai intervir", afirmou o
prefeito de Piraí, Luiz Fernando
Pezão (PSB).
Embora reconheça que seguirá
a decisão nacional do PSB, Pezão
critica a falta de diálogo com o PT.
"Eles [o PT" deveriam estar neste momento procurando os prefeitos, mas isso não está acontecendo. Está todo mundo se queixando. Enquanto isso, o pessoal
do Serra está em cima. [O ex-ministro Francisco" Dornelles está
ligando para todo mundo, é um
articulador que tem peso", disse.
Além de Piraí, Lula não deverá
encontrar apoio dos prefeitos socialistas de Barra Mansa, Roosevelt Fonseca, e Angra dos Reis,
Fernando Jordão, que derrotaram
o PT nas eleições de 2000.
"Minha situação é difícil, porque o PT foi governo 12 anos em
Angra e eu o tirei da prefeitura.
Minha tendência é ficar neutro",
disse Jordão. Em Miguel Pereira,
o prefeito Fernando Pontes (PSB)
quer distância de Lula. "Para eu
ser PT, só na outra encarnação.
Com Lula, não há hipótese. Mesmo que o partido mande apoiar,
não apóio. Se o partido liberar,
minha tendência é mesmo ir com
o Dornelles e o Serra."
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