CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da venda da exclusividade da conta dos servidores para o banco Nossa Caixa e de autorização para R$ 6,7 bilhões em novos empréstimos, o governador de São Paulo, José Serra, anunciou ontem mais um instrumento de captação de recursos para conclusão de obras ainda no seu mandato.
Potencial candidato à Presidência em 2010, Serra está disposto a acelerar investimentos e informou, ao discursar para prefeitos, que pretende antecipar receita graças à securitização do que o governo estima receber com a renegociação da dívida do ICMS: o Estado vende agora um crédito futuro.
"Já arrecadamos quase R$ 6 bilhões [com o programa de parcelamento incentivado da dívida estadual]. É num prazo de dez, 15 anos. Mas isso tem um valor presente que vamos obter mais adiante. Vai dar sustentação aos investimentos."
A pressa é tanta que Serra assinou convênios para a segunda etapa do programa de recuperação de vicinais -ao todo são 4,5 mil quilômetros, a R$ 1,2 bilhão- sem que a primeira tivesse concluída. As obras da primeira etapa, em 199 cidades, estão começando agora. A segunda -em 235 municípios- será iniciada em 2008. "Estamos lançando a segunda agora para, no fundo, forçar o andamento das coisas", admitiu. "Temos que pisar no acelerador. A gente precisa economizar no governo, mas precisa saber gastar", completou.
Negando a intenção de vender ações de Sabesp, Nossa Caixa e Metrô, Serra chamou de "ficção" protestos contra privatização no Estado. Além das vicinais, ele espera ver concluídas obras de infra-estrutura. Orçado a R$ 3,6 bilhões, o trecho oeste do Rodoanel deve ser entregue em abril do ano eleitoral de 2010. Até lá, pretende entregar 57 novos trens, a R$ 2,1 bilhões. Outra é a inauguração de mais 44 presídios.


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