São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO

PT declara apoio a Paes para "combater oposição a Lula"

Candidato petista não esteve em anúncio; participação de Lula na campanha é incerta

Durante a CPI dos Correios, candidato do PMDB chamou presidente de "chefe da quadrilha'; Paes disse que ninguém constrangerá Lula


RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-tucano Eduardo Paes (PMDB) recebeu ontem apoio oficial do PT, mas sem a presença do candidato do partido no primeiro turno, Alessandro Molon, que alegou ter outros compromissos. O peemedebista posou para fotos com os líderes regionais Benedita da Silva e Vladimir Palmeira.
Segundo a direção regional do PT, a aliança é uma forma de combater a oposição ao presidente Lula no cenário nacional, representada pela candidatura de Gabeira, coligado ao PSDB, ao PPS e que, no segundo turno, tem apoio do DEM do prefeito do Rio, Cesar Maia.
"Há dois blocos políticos em disputa: o de Lula e o demotucanato [referência ao DEM e ao PSDB]. Ao vir para o PMDB, Eduardo Paes veio para nosso campo, contra o tucano verde [Fernando Gabeira]", afirmou o presidente regional do PT, Alberto Cantalice.
A participação de Lula, porém, ainda é incerta. Durante a CPI dos Correios, Paes chamou o presidente Lula de "chefe da quadrilha" e foi um entusiasta das investigações sobre o contrato da Telemar com a Gamecorp, empresa do filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
"O presidente Lula disse que apoiaria o candidato da base aliada. Agora, ninguém aqui vai constranger o presidente da República. Ele tem um candidato aqui da sua base, portanto vamos tratar de discutir os problemas da cidade", disse Paes.
Anteontem, após esperar três horas, ele conseguiu se encontrar com Lula, que atendeu a um pedido do governador Sérgio Cabral. Saiu de lá confiante, mas sem fotos com o presidente nem um apoio explícito dele.

Alianças institucionais
O peemedebista novato, que deixou o PSDB na data-limite para ser um postulante à prefeitura, procura se apresentar como o candidato que faz as alianças institucionais, em oposição ao rival, Fernando Gabeira, que tem buscado lideranças em vez de partidos.
"Tenho orgulho de receber apoio de partidos e de personalidades, porque é dessa maneira que trabalhamos, institucionalmente", disse Paes.
Ele tem dito que encarna a solução para o fim do isolamento político do Rio, porque teria bom relacionamento tanto com o governo do Estado como to com o governo federal.
"A marca da candidatura é a aliança. O Rio passou um período muito grande de isolamento político e precisa voltar a dialogar. É o fim da era das picuinhas, das brigas e o respeito à política", afirmou o candidato.
À noite, o PSC anunciou seu apoio. O PMDB também conversa com o PC do B, de Jandira Feghali, e tenta aliança com Marcelo Crivella (PRB) e a Igreja Universal do Reino de Deus. Crivella foi o terceiro colocado no primeiro turno e Jandira, a quarta.


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