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PÓS-ELEIÇÃO
Licenciado fala sobre ajuste fiscal
Covas diz não ter
o que cortar em SP
da Reportagem Local
O governador licenciado de São
Paulo, Mário Covas, disse ontem
esperar que o ajuste fiscal proposto pelo governo federal não coloque o peso nas costas dos Estados.
"O governo federal tem lá seus
problemas, mas não acho razoável
que novamente os Estados, pelo
menos os que acertaram suas contas, tenham que arcar novamente
com uma parte considerável desse
ajuste", comentou.
Ele afirmou, mais uma vez, que
fez uma administração "austera"
em São Paulo, procurando colocar
as contas públicas em ordem e disse São Paulo está no seu "limite"
de corte de despesas.
"Se me pedirem para fazer mais
redução de despesas, não sei de
onde vou tirar. Estamos no limite,
só se a partir de agora começarmos a mandar policiais, professores e o pessoal da saúde para a
rua", afirmou.
Ele defendeu que o ajuste fiscal
seja feito em conjunto pela União,
Estados e Municípios.
Covas traçou um cenário não
muito otimista para 1999 e disse
que o próximo governador de São
Paulo terá uma gestão "mais difícil". Ele disputa a reeleição.
O Orçamento para 1999 mandado pelo governo paulista, que agora está sob o comando do vice-governador Geraldo Alckmin, prevê
cortes nas áreas sociais.
Segundo a previsão, a próxima
gestão terá R$ 15,5 bilhões para
gastar nesses setores, R$ 611 milhões a menos que as despesas de
1998. "Tivemos que mandar um
Orçamento com redução dos gastos com investimentos. Foi um
Orçamento modesto", reconheceu o governador licenciado.
Ele disse que não viu a entrevista
dada pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso anteontem à
noite à Rede Globo, na qual o presidente falou sobre ajuste fiscal.
Mas fez um comentário com um
ponta de ironia. "Me disseram
que o presidente fez uma ressalva
à conduta de São Paulo, dizendo
que nós fizemos o ajuste fiscal. E
nós fizemos mesmo. Fizemos o
ajuste fiscal".
(PATRÍCIA ANDRADE)
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