São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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PAINEL

Pechincha petista
Parlamentares eleitos pelo PT pressionam a cúpula para reduzir a taxa de 27% do salário que deverão pagar mensalmente ao partido a partir da posse. Pelas regras do partido, cada parlamentar tem de dar ao PT R$ 2.160 dos R$ 8.000 que recebe.

Custo e benefício
Os parlamentares argumentam que a arrecadação do PT crescerá cerca de 70% devido ao aumento do fundo partidário e do número de eleitos pela sigla. Como as despesas não crescerão na mesma proporção, reivindicam que a contribuição caia para 20% do salário bruto.

De cima para baixo
Lula é contrário à redução da contribuição. Como exemplo, já anunciou que dará 27% de seu salário de presidente -R$ 8.797,50 mensais- ao partido.

Eles têm medo
O sindicato dos auditores da Receita Federal lançou ontem o movimento "Everardo Maciel Nunca Mais". A categoria ficou assustada com a possibilidade, não desprezível, do atual secretário da Receita Federal ser mantido no cargo por Lula.

Fim de feira
Geddel Vieira (PMDB-BA) conversou ontem com FHC e "autorizou" o presidente a tirar todos os cargos de seus aliados na BA. Inclusive o do pai do deputado, Afrísio Vieira Lima, diretor da Companhia das Docas.

Tempos modernos
A senadora eleita Patrícia Gomes (PPS) parece decidida a desvincular sua imagem da do ex-marido Ciro Gomes. Ontem, durante reunião da legenda em Brasília, foi apresentada pelo próprio filho como "Patrícia Saboya", seu nome de solteira.

Cálculo otimista
Nos últimos dois dias, Renan Calheiros (PMDB-AL) se reuniu com todos os 19 senadores do partido da próxima legislatura. Aposta que, no quadro de hoje, tem 16 votos e Sarney, apenas três: o dele próprio e o de dois senadores do Nordeste.

Matemática de resultados
José Sarney chegou mais ou menos às mesmas contas de Renan Calheiros, só que, obviamente, com resultado inverso. Os dois deverão disputar na bancada do PMDB a indicação para presidente do Senado.

Maior que o cargo
Ciro já disse a amigos que não pretende assumir ministérios no governo Lula mesmo que seja convidado. A avaliação de pessoas próximas é que seria "complicado" para ele se submeter à autoridade do presidente eleito.

Sub do sub
O PPS só aceita participar do governo se receber pelo menos um ministério. A sigla, entretanto, não parece prestigiada com o PT. Na semana passada, Roberto Freire (PE) foi convidado pela secretária de José Dirceu a participar da reunião de Lula com líderes de partidos aliados. Freire mandou um representante.

Ano dos vices
No PT, a aposta é que o São Caetano será campeão brasileiro de futebol. Como Lula, o time atua no ABC e foi vice três vezes, duas do Brasileiro e uma da Libertadores. Lula perdeu as eleições de 1989, 1994 e 1998.

Salvos pelo gongo
O empresário petista Lawrence Pih levou um chapéu de palha para o encontro de Lula com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, anteontem. Queria pedir ali mesmo contribuições dos empresários para o combate à fome, mas não teve chance de discursar.

Quase nepotismo
Heitor Miranda entrou na lista de Antônio Palocci Filho para a equipe de transição em Brasília a pedido do seu irmão, o governador Zeca do PT (MS).

Visita à Folha
Mario Garnero, presidente do Grupo Brasilinvest e do Fórum das Américas, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Jefferson Péres (PDT), sobre o encontro entre José Dirceu (PT) e Michel Temer (PMDB) que selou pacto para a presidência do Senado:
- A base de Lula já está estremecida antes de ele assumir. Para quem se apresentou como grande articulador [José Dirceu], não está articulando nada.

CONTRAPONTO

Pequenas vinganças

O prefeito de Barracão (PR), Juarez Heinrichs (PFL), foi um dos maiores defensores da candidatura presidencial de José Serra na divisa do Paraná com Santa Catarina.
Antipetista radical, colocou todos os seus aliados na rua no primeiro turno para fazer boca-de-urna para o tucano. Ainda assim, Lula foi o mais votado no município. Teve 2.242 votos (50,79% do total), contra 1.195 (27,07%) de Serra.
Inconformado, Heinrichs foi à principal emissora de rádio local e fez um pronunciamento aos moradores da cidade:
- Esta eleição mudou meu jeito de governar. Agora, se alguém de Barracão precisar resolver problema de água, que procure o Lula em Brasília. Quando precisar de merenda escolar, que também procure o Lula. Nem venha à prefeitura, que eu não quero mais saber desses petistas!



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