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INDÚSTRIA BÉLICA
Osório faz parte da massa falida da Engesa
Melhor tanque do Brasil será leiloado
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois únicos protótipos do
tanque EE-T1 Osório, o mais
sofisticado produto da indústria bélica nacional, deverão ser
postos à venda no dia 20 e poderão ser adquiridos por um
colecionador particular.
O Osório foi projetado pela
Engesa (Engenheiros Especializados S.A.), companhia que
fabricou os blindados Cascavel
e Urutu, ainda hoje usados pelo
Exército, apesar de obsoletos.
A Engesa faliu em 1993, depois
de ter exportado cerca de 6.000
veículos (entre blindados e caminhões) para vinte países.
Os dois protótipos do tanque
fazem parte da massa falida e
estão hoje sob guarda do Exército, no Arsenal de Guerra de
São Paulo, em Barueri (SP).
Apesar de ser um produto do
fim dos anos 80, o Osório ainda
é considerado um tanque moderno, sobretudo por sua eletrônica. O protótipo equipado
com canhão de calibre 120 mm
tem a arma mais poderosa que
a de qualquer outro blindado
em operação na América Latina. O EE-T1 pesa 43 toneladas.
Um colecionador de São Paulo, o empresário Roque Marcelo Versolato, propôs ao síndico
da massa falida pagar 300 mil
reais pelos dois tanques. Uma
decisão da 1ª Vara Cível de Barueri concordou com o pedido
do síndico em realizar a venda,
"por meio de propostas", no
próximo dia 20 às 13h00. Versolato já é proprietário de um
Hummer, um jipe militar.
É difícil estimar um preço para os dois protótipos. Por serem únicos tendem a ser mais
caros. Um tanque similar ao
Osório hoje custaria em torno
de US$ 4 milhões. O mais caro
tanque do mundo hoje, o americano M1A2 Abrams, custa
US$ 4,3 milhões "na fábrica".
"Estes dois protótipos após a
venda poderão ir para algum
museu estrangeiro, sepultando
de vez uma rica parte da história tecnológica brasileira", diz o
pesquisador Expedito Carlos
Stephani Bastos, da UFJF.
Informado do leilão, o Centro de Comunicação Social do
Exército informou que "o
Exército Brasileiro não dispõe,
no momento, de recursos financeiros necessários à aquisição dos veículos, embora reconheça a importância histórica e
tecnológica desses protótipos".
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