São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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Procuradoria investiga 12 por compra de voto no Amapá

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Passada a eleição, o Ministério Público Federal no Amapá investiga denúncias de compra de votos de pelo menos 12 políticos do Estado. Além da governadora derrotada no segundo turno, Dalva Figueiredo (PT), e dos deputados federais eleitos do partido Hélio Esteves e José Nogueira, os processo recaem também sobre políticos do PSB e PMDB.
O senador eleito João Capiberibe, sua mulher Janete Capiberibe, deputada federal eleita, e o candidato derrotado ao governo Cláudio Pinho, todos do PSB, são acusados de comprar votos ainda no primeiro turno das eleições, por meio de denúncias do PMDB.
A deputada estadual eleita Francisca Favacho (PMDB), é acusada de compra de votos pelo desempregado Arilson Lobato. Em depoimento, ele disse que ela prometeu R$ 500 para 15 famílias e não pagou.
Em denúncia, o procurador Manoel Pastana acusa José Nogueira (PT) de doar 3.000 carteiras de motorista para moradores do município de Santana. Ele foi eleito com 12.299 votos. "Muitos dos que receberam carteiras são analfabetos, é crime", disse Pastana, autor também da ação de inelegibilidade da governadora.
Ela é acusada de uso da máquina ao remanejar de forma supostamente irregular R$ 61,5 milhões nos três meses anteriores à eleição -o que é proibido. Parte da movimentação teria fins eleitorais, suspeitam os procuradores.
Segundo Pastana, no processo que tramita no TRE de abuso de poder econômico e político contra Dalva já foram anexadas 352 provas de compra de votos. Há remédios, cestas básicas, transformadores de energia e dinheiro, inclusive os R$ 750 apreendidos com o irmão dela, Elielder Barros no dia do segundo turno.
No final do primeiro turno, a Polícia Federal apreendeu R$ 2.800 com coordenadores de campanha do deputado federal eleito Hélio Esteves (PT). Pastana disse que deu prazo até a próxima segunda-feira para Esteves assinar a notificação.
"Caso contrário, vou pedir a prisão preventiva dele", disse.
Já na véspera também do primeiro turno os agentes federais apreenderam R$ 15 mil e material de campanha do PSB.
Tudo estava na casa de uma militante do partido. Pastana, que participou da operação, disse que na hora da blitz havia um tipo de "culto religioso" na casa. Ele esperou o final do "culto", suspeitando que os participantes estavam na verdade queimando provas. "Tinha muita fumaça, e as velas não eram suficientes para fazer tanta fumaça", disse.
Outros cinco nomes investigados não foram divulgados porque o processo ainda corre sob sigilo.



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