DA ENVIADA ESPECIAL

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da África do Sul, Thabo Mbeki, assinaram ontem acordo que evita que cidadãos de um país que morem no outro tenham de pagar o Imposto de Renda duas vezes. Outro acordo prevê a cooperação científica nas áreas de ciências humanas, sociais e naturais, com troca de vagas de graduação e pós-graduação para estudantes do outro país.
O anúncio foi feito sob intenso sol nos jardins do Union Building, aprazível sede do governo sul-africano, em Pretória.
Como nenhum dos dois presidentes falou sobre a pretensão do Brasil obter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, um jornalista local perguntou a posição de Mbeki, que foi diplomático: "Se fôssemos da América Latina, já teríamos dado apoio ao Brasil, mas isso é uma decisão da América Latina". Já Lula foi aplaudido ao apoiar a pretensão da África do Sul de ser a sede da Copa do Mundo de 2010: "O Brasil apóia a África do Sul, mas sob uma condição: que não nos peça para perder a Copa!".
Bem-humorado, Mbeki contou que seu ministro da Fazenda, Trevor Manuel, fez questão de dizer na reunião ministerial de pouco antes que gostaria de ir ao Brasil aprender samba. O presidente acrescentou que os ministros brasileiros também deveriam voltar ao país para aprender zulu. "Contamos com o Brasil como parceiro importante para a renovação do continente africano", disse.
O presidente brasileiro retribuiu uma gentileza de Mbeki, que na véspera se despedira em discurso com um "obrigado". Ontem, Lula encerrou seu discurso dizendo "siyabonga" (obrigado).



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