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SAIBA MAIS
Em 1999, Lula já temia um futuro impeachment
DA REDAÇÃO
Em sua última entrevista ao
"Roda Viva" antes de se tornar
presidente, em 4 de outubro de
1999, Luiz Inácio Lula da Silva
disse que não defendia a queda
de Fernando Henrique Cardoso porque temia retaliações:
"Tenho certeza de que um dia a
gente vai ganhar as eleições
neste país e não quero que alguém faça a tentativa de apressar o fim do nosso mandato".
Na época, Lula atacava muito
a política econômica de FHC.
Classificou a alíquota de 27,5%
do Imposto de Renda (que hoje
seu governo se recusa a diminuir) de "um roubo". Mas seus
principais ataques foram para
o acordo do Brasil com o FMI,
que tratava o Brasil como "uma
república de bananas": "FHC
se subordinou a uma orientação perversa do FMI, subordinou a estabilidade da economia a uma recessão profunda".
Chegou a acusar Pedro Malan
de ser "um infiltrado do FMI
no governo brasileiro". Note-se
que Lula manteve o acordo
com o FMI até este ano.
Na entrevista de 1999, Lula
disse que se arrependia de ter
elogiado FHC, pois este tinha
vendido "a alma ao diabo":
"FHC efetivamente mudou para pior. Ele virou um conservador. Vai passar para a história
como o pior presidente deste
país: construiu um passivo de
R$ 500 bilhões sem construir
nenhum ativo", ao contrário de
Vargas, Juscelino e militares.
"FHC é um político sem ouvidos. Ele só tem boca". Por isso ele era um mau político: "Ele
faz mal o jogo de negociação
com o Congresso". Ele deu como exemplo a fragilidade da
maioria governista: "Para que
serve essa maioria do FHC?
Serviu para comprar voto para
elegê-lo outra vez. Se eu sou
presidente e tenho uma aliança
com 400 deputados e eles não
comparecem para votar, você
tem que fazer alguma coisa".
Lula também criticou a corrupção no governo: "O que é
triste é que começa a ter a marca da corrupção em muita gente desse governo. Todo dia sai
uma denúncia na imprensa".
Para chegar ao poder, Lula só
via dois caminhos: uma aliança
com os conservadores ou uma
aliança com os excluídos. Daí
sua ênfase no combate à fome,
ao desemprego e à seca.
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