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"Se comparecesse no tribunal, seria execrado", diz advogado
DA REPORTAGEM LOCAL
O criminalista Paulo Esteves,
um dos advogados do coronel
reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, afirmou ontem
que seu cliente não torturou
nem foi cúmplice de práticas de
tortura durante o regime militar (1964-1985).
O coronel não compareceu
ao tribunal porque o advogado
da família informou ao juiz que
não tinha interesse no depoimento dele.
"Ele realmente poderia ter
vindo, pelo menos para assistir,
mas não veio para não ser execrado, ele não precisa passar
por isso", afirmou o advogado
do militar. Ontem, Ustra chegou a viajar de Brasília, onde
mora, a São Paulo. Só foi informado da desistência da acusação depois.
Esteves afirmou que ele seria
um "idiota" se dissesse que não
houve tortura no Brasil durante o regime militar, mas afirmou que o coronel nunca torturou nem mandou torturar
preso político.
Questionado sobre os depoimentos das testemunhas, que
disseram terem sofrido sevícias
pelas mãos do coronel Ustra, o
advogado afirmou que não considera os relatos prova suficiente de culpabilidade.
"Acho que tem muito interesse político nesta decisão",
afirmou o advogado.
Militares
Nos próximos meses, serão
ouvidas as testemunhas de defesa de Ustra. Foram escolhidos oito militares.
O único militar que mora em
São Paulo deveria ter sido ouvido ontem, mas não compareceu ao tribunal, o que levou o
advogado a desistir oficialmente do testemunho dele.
Os outros sete militares serão ouvidos em Porto Alegre,
Curitiba e Brasília.
"As nossas testemunhas não
presenciaram nada daquela
época, mesmo porque o coronel não torturou ninguém. Escolhemos pessoas que conhecem o coronel e poderão falar
dos bons antecedentes dele",
afirmou Esteves.
Após os depoimentos das testemunhas de defesa, será marcada uma nova audiência em
São Paulo para dar continuidade ao processo.
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