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Costa diz a CPI que discutiu liberação de verba à Planam
Para ex-ministro, no entanto, a empresa se enquadrava em normas técnicas
Em depoimento à CPI, no
qual não sofreu ataques de
oposicionistas, petista nega
envolvimento com propinas
pagas por sanguessugas
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à CPI dos
Sanguessugas em que várias vezes elogiou tucanos e foi por
eles elogiado, o ex-ministro da
Saúde Humberto Costa (2003-2005) confirmou que discutiu a
liberação de recursos para
compra de ambulâncias com o
empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam.
Ele defendeu o pagamento de
cerca de R$ 8 milhões à Planam
pelo fornecimento de cem ambulâncias, dizendo que a empresa se enquadrava nas normas estabelecidas pelo governo. Foi o principal argumento
usado pelo ex-ministro para repudiar envolvimento com propinas pagas pela empresa.
A conversa com Vedoin, segundo ele, ocorreu em fevereiro de 2003. O intermediário teria sido o ex-deputado Benedito Domingos (PP-DF).
Segundo Costa, Vedoin estava angustiado com a demora
em receber "restos a pagar"
-dinheiro do Orçamento de
2002 represado pelo governo-
relativos a ambulâncias que já
teriam sido entregues.
"Ele [Vedoin] foi lá tratar de
um assunto que deputados, governadores, prefeitos, gestores,
senadores, até ministros iam
tratar conosco, que era a liberação dos restos a pagar de 2002."
O ex-ministro disse que
constatou que a empresa se enquadrava nas três condições
impostas pelo governo para recebimento da verba: homologação de licitação, formalização
de contrato com o governo e
entrega dos bens.
O depoimento, "a convite",
foi tão suave que Costa se sentiu à vontade para dar conselhos de como evitar que novos
casos surjam. Pediu transparência na elaboração do Orçamento, criação de carreira exclusiva para auditores de Saúde
e de "Lei de Responsabilidade
Sanitária". Ficou nítida a perda
de interesse no caso, passada a
eleição. A oposição, que tenta
evitar a associação de ex-ministros tucanos com o escândalo,
jogou água fria. Nenhum deputado foi duro nas perguntas.
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) disse a Costa que ele poderia "ser mais vítima que culpado". Já os tucanos paulistas Antônio Carlos Pannunzio e Mendes Thame abriram mão de fazer perguntas. Costa agradeceu
a Pannunzio sua atitude "cordata, generosa e elegante".
Costa elogiou medidas tomadas por Serra e Negri, como a
implantação de sistema eletrônico de acompanhamento de
transferências de recursos e a
descentralização do controle.
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