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ANJ condena sentença de detenção contra jornalista
Diretor da entidade defende revisão da legislação
FRANCISCO FIGUEIREDO
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A ANJ (Associação Nacional
de Jornais) divulgou nota ontem em que critica a condenação do jornalista Fausto Brites,
48, um dos editores do jornal
"Correio do Estado", pela Justiça de Mato Grosso do Sul, a
pena privativa de liberdade.
Sob acusação de difamação
ao governador eleito do Estado,
André Puccinelli (PMDB), Brites foi condenado a multa e a
dez meses de detenção -e não
a dez anos, como informou erroneamente ontem a Folha. A
pena foi substituída por outra,
de prestação de serviços à comunidade. Cabe recurso.
Segundo o diretor-executivo
da ANJ, Fernando Martins, o
problema não é a duração da
pena, mas seu tipo: "A ANJ respeita as decisões judiciais tomadas dentro da legislação vigente, mas não pode deixar de
condenar com toda a veemência que opiniões ou informações veiculadas pelos meios de
comunicação resultem em sentença privativa da liberdade de
quem quer que seja. Por isso,
ao mesmo tempo em que reafirma seu compromisso com o
jornalismo responsável, a ANJ
defende revisão da atual legislação que permite decisões judiciais como essa em questão".
Segundo Martins, a decisão inicial da entidade de não se pronunciar foi reavaliada ontem.
A reportagem que motivou a
condenação de Brites foi publicada em março de 2005. O texto afirma que há "coincidências" entre uma investigação da
Polícia Federal então em andamento e um escândalo de 1999,
época em que Puccinelli era
prefeito de Campo Grande. Na
decisão, a juíza Cíntia Letteriello afirma que a reportagem
deixa clara "a vontade do redator de macular a reputação do
querelante [Puccinelli], ao correlacionar a data de um escândalo político com a época em
que este era prefeito".
O jornalista classificou a determinação judicial de intimidatória. André Puccinelli Júnior, advogado do governador
eleito, disse que houve "apenas
a reação normal de quem teve a
honra ofendida".
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