FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um acordo entre governo e oposição esvaziou ontem o quórum do Conselho de Ética do Senado e impediu a votação do pedido de cassação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Os senadores não apareceram na sessão.
A estratégia teria sido traçada em reunião entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA). O encontro ocorreu anteontem à tarde no gabinete do presidente do Senado.
A tendência do Conselho de Ética é derrubar o parecer do relator, senador Jefferson Péres (PDT-AM), que pede a cassação de Suassuna. Seria aprovado o relatório alternativo do líder do PMDB, senador Wellington Salgado (MG), que substitui a pena de perda de mandato por uma advertência. Para evitar o desgaste optou-se por adiar a votação. Como Suassuna não foi reeleito, o processo será arquivado se não for votado até o fim de dezembro.


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