São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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Painel

RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br

Um por todos

Em meio a mais uma polêmica envolvendo uma operação da Polícia Federal, os chefes dos três Poderes finalizam a elaboração de um "pacto republicano" que defenderá a regulamentação das escutas telefônicas e a atualização da lei do abuso de autoridade, que é dos anos 60. Os temas foram propostos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, um dos principais críticos de alguns métodos adotados em investigações da PF.
O texto será assinado por Mendes, Luiz Inácio Lula da Silva, Arlindo Chinaglia (Câmara) e Garibaldi Alves (Senado). Eles se comprometerão ainda com a aprovação no Congresso de projetos anticorrupção e que facilitem o acesso da população à Justiça.



Milícias. O documento defenderá ainda a criminalização dos grupos de extermínio e de um fenômeno mais recente: as milícias que atuam, principalmente, em favelas da cidade do Rio de Janeiro.

Mudança na direção. A Presidência da República contratou por R$ 1,5 mi, até dezembro, a empresa de aluguel de carros Localiza. O extrato do acordo, publicado no "Diário Oficial" da União de quinta-feira, informa que não houve licitação já que o negócio atenderia aos requisitos de "emergência ou calamidade pública" previstos em lei.

Necessidade. Segundo o extrato do contrato, a empresa atuará nas regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste para atender "necessidades administrativas" e o aparato de segurança da Presidência.

Outro lado. A Casa Civil afirma que há emergência na situação porque houve rompimento de acordo com a empresa anterior devido a irregularidades contratuais. Diz que novo processo de licitação ocorrerá neste mês.

Brecha. Deputados da CPI dos Grampos, PT à frente, que há tempos planejavam enterrar a comissão, comemoraram a linha de investigação da Corregedoria da Polícia Federal sobre a Operação Satiagraha. A avaliação é que é uma forma de terminar a CPI sem holofotes em petistas citados, como Luiz Eduardo Greenhalgh e Gilberto Carvalho.

Troco. O PC do B, com 13 deputados federais, ruma para apoiar a eleição de Ciro Nogueira (PP-PI) à presidência da Câmara. "Não temos nenhum compromisso com o acordo feito entre PT e PMDB, que, aliás, foi contrário a nós", diz o presidente da legenda, Renato Rabelo.

É Dilma lá. Luiz Inácio Lula da Silva diz com todas as letras em entrevista à revista "Nosso Caminho", de Oscar Niemeyer, que Dilma Rousseff (Casa Civil) é a sua candidata em 2010. "Eu vou te dizer quem é: é a Dilma. Nenhum outro partido tem um candidato com a história e a qualificação da Dilma", diz Lula na entrevista de uma hora que concedeu, na quinta-feira, ao escritor Fernando Morais.

Direto ao ponto. A opção de Lula por sua ministra da Casa Civil é cantada em verso e prosa nos palácios de Brasília. O presidente já manifestou isso a aliados e brincou em público com a situação. Mas ainda não havia assumido publicamente a opção, de forma direta. A edição da revista começa a circular em dezembro.

Merchandising. No embalo da produção de um longa-metragem contando a vida de Lula, o PT está lançando uma edição atualizada do livro "O Filho do Brasil", no qual o filme é baseado.

Inchaço. Grupos aliados do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) tentam anular a filiação ao PT de Belo Horizonte de 6.800 pessoas que ingressaram em setembro, sob o patrocínio do prefeito Fernando Pimentel. Os neopetistas serão fundamentais para decidir qual dos dois sairá candidato ao governo de Minas em 2010.

Recompensa. A Força Sindical convidou os sindicatos de policiais civis de São Paulo, em greve há quase dois meses, para se filiarem à central. Presidente da Força, o deputado Paulinho (PDT-SP) é um dos maiores defensores do movimento. Os policiais dizem que vão decidir até o final do ano.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO



Tiroteio

"Sou contra a tortura, mas como professor de direito constitucional não posso interpretar de forma diferente: a anistia foi absoluta."
Do advogado IVES GANDRA DA SILVA MARTINS , criticando declarações de ministros do governo Lula contrários ao parecer da AGU (Advocacia Geral da União) que considera perdoados pela Lei da Anistia os crimes de tortura cometidos durante a ditadura militar (1964-1985).



Contraponto

Aprendiz de camponês

Na quarta-feira, os chefes dos três Poderes se encontraram numa cerimônia de plantio de mudas para marcar os 20 anos da Constituição, em Brasília.
Enquanto Lula colocava a sua planta no solo com certa desenvoltura, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), tentava fazer o mesmo com extrema lentidão e evidente dificuldade.
Ao ver a cena, Lula não resistiu à provocação:
-Garibaldi, ainda bem que você não precisa viver da terra. Você não ia produzir nada!


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