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NO AR
Tolerância
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
- Lula estancou a queda
de sua avaliação e do
governo.
Era a CNT, sobre a pesquisa
que apresentou Lula e o governo
com números estáveis. E isso
apesar de os entrevistados
apontarem elevação no desemprego e até na corrupção.
Talvez seja obra, em parte, de
Duda Mendonça, já que a pesquisa foi feita num período de
extensa exposição lulista na TV,
semana passada.
Talvez seja obra da cobertura
agradável -agora como na era
FHC- da rede hegemônica.
Mas o marqueteiro mágico e a
rede hegemônica não têm como
agir sem um bom produto para
vender. É Lula, com sua mística,
suas gafes e tudo o mais, quem
segura a avaliação.
Como disse a CNT, persiste a
"tolerância com o presidente".
Não se sabe até quando.
Os entrevistados vêem aumento da corrupção, mas o destaque não é para o Executivo, e
sim para o Judiciário, como o
"maior foco de corrupção".
Má notícia para o dia escolhido pelo presidente do Supremo,
Maurício Corrêa, para elevar a
imagem do Judiciário.
A rede hegemônica fez sua
parte, como sempre faz, dizendo
coisas como:
- Quem não se lembra do risco do apagão? Foi o Supremo
que deu a palavra final sobre o
racionamento, ao considerar as
regras constitucionais.
E no impeachment "o Supremo confirmou a decisão do
Congresso de cassar os direitos
políticos de Collor".
Sobretudo, a Globo abriu os
microfones para Corrêa, que
aceitou a reforma do Judiciário,
mas só depois de se "introduzir
uma sistemática no nosso Código de Processo para que a Justiça seja mais rápida".
Em outras palavras:
- Postula-se a criação de
controle externo, mas eu acho
que o importante não é essa reforma.
É a tal "sistemática". Corrêa
seguiu no discurso para CBN e
rádio Bandeirantes. Outros ministros, de níveis diversos, ecoaram na Band e na Jovem Pan,
entre outras.
É Duda Mendonça fazendo
escola em todos os poderes.
Para azar de Corrêa, seu dia
veio logo depois de o principal
acusado na Operação Gafanhoto ter sido solto pela Justiça. E
depois de a principal acusada
pelas mortes no Pará ter sido
solta pela Justiça.
Sobre os dois casos, disse o Jornal Nacional, sábado:
- Ele foi recebido com festa
por correligionários... Ela saiu
escondida e seguiu para um hotel de luxo em Belém. E deixou o
Pará.
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